Denis Fernandes da Silva Ribeiro, Mariana Jordão França, Solena Ziemer Kusma
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A testagem para o HIV foi de fácil acesso para 91,6% dos participantes, assim como o acesso aos medicamentos antirretrovirais (76,9%). Contudo, 53,5% dos participantes vivenciavam um longo tempo de deslocamento até os serviços de referência, assim como 33,4% referiram ter sofrido alguma situação de sorofobia nestes serviços. A sorofobia esteve relacionada com a ocorrência de dificuldades no acesso aos medicamentos antirretrovirais (p=0,02), sendo mais frequente (p=0,01) para os participantes que gastavam mais tempo no deslocamento (>31 minutos) e para aqueles que percebiam inadequações no horário de funcionamento dos serviços de saúde (p=0,04). Conclui-se que as percepções dos participantes permitem vislumbres sobre as conquistas do SUS na assistência em saúde ao HIV/Aids, bem como sobre os desafios persistentes no acesso e na integralidade do cuidado. 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ACESSO E INTEGRALIDADE EM SERVIÇOS DE SAÚDE NA PERCEPÇÃO DE PESSOAS LGBTQ+ VIVENDO COM HIV NO BRASIL
Este trabalho objetiva descrever a percepção de pessoas LGBTQ+ que vivem com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) sobre acesso e integralidade dos cuidados em saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de um estudo de métodos mistos, exploratório e descritivo, que combinou etapa quanti-qualitativa e outra qualitativa, mediadas por websurvey e por entrevistas individuais semiestruturadas, com amostra de 299 pessoas LGBTQ+ vivendo com HIV de 26 estados do Brasil. Os dados foram analisados segundo sua natureza, por estatística descritiva bivariada e por análise categorial temática. Na percepção dos participantes, 70% dos serviços de referência em HIV/Aids ofertavam cuidados inteiros. A testagem para o HIV foi de fácil acesso para 91,6% dos participantes, assim como o acesso aos medicamentos antirretrovirais (76,9%). Contudo, 53,5% dos participantes vivenciavam um longo tempo de deslocamento até os serviços de referência, assim como 33,4% referiram ter sofrido alguma situação de sorofobia nestes serviços. A sorofobia esteve relacionada com a ocorrência de dificuldades no acesso aos medicamentos antirretrovirais (p=0,02), sendo mais frequente (p=0,01) para os participantes que gastavam mais tempo no deslocamento (>31 minutos) e para aqueles que percebiam inadequações no horário de funcionamento dos serviços de saúde (p=0,04). Conclui-se que as percepções dos participantes permitem vislumbres sobre as conquistas do SUS na assistência em saúde ao HIV/Aids, bem como sobre os desafios persistentes no acesso e na integralidade do cuidado. A sorofobia foi frequente nas buscas por cuidados em saúde e incrementou disparidades ao acesso aos serviços de saúde.Palavras-chave: HIV; Acesso aos Serviços de Saúde; Sistema Único de Saúde; Pessoas LGBTQ.