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Afetos em jogo na censura contra a arte no Brasil dos presidentes “golpista” e “genocida”
A reflexão aborda o exercício da censura contra dez trabalhos de artes da cena durante dois mandatos da Presidência da República Federativa do Brasil: o mandato do presidente popularmente chamado de “golpista” Michel Temer, entre 2016 e 2018; e o mandato do presidente popularmente conhecido como “genocida”, Jair Bolsonaro, de 2018 a 2022. Destes mandatos, foram selecionados para a amostra os anos de 2017 e 2019. Estabelecido o recorte temporal, a descrição de uma série de dez casos de censura mostra como denúncias produzidas por alguns segmentos sociais brasileiros tiveram por consequência intervenções censoras realizadas por instituições públicas e privadas dos setores político e cultural. A reflexão se fundamenta na teoria benjaminiana, na teoria dos afetos e na noção sociológica de racismo multidimensional para compreender a ascensão do reacionarismo entre uma parcela da sociedade brasileira, incentivada pelo mandato golpista e posteriormente exacerbada pelo discurso de ódio do presidente genocida. Levando em conta a ideia de “sensologia” como lógica moderna de uma sensibilidade não espontânea e imediata, mas construída, este texto demonstra que, durante estes dois mandatos presidenciais as instituições políticas tornaram-se fonte incentivadora e mantenedora do ódio e outros afetos produzidos contra a arte e as/os artistas da cena no Brasil atual.