Felipe João Romansin, A. Borba, A. Sccoti, F. Guadagnin
{"title":"\"锅碗瓢盆\":卡萨帕瓦联合国教科文组织世界地质公园瓜里塔斯地貌区地貌遗产的重要特征","authors":"Felipe João Romansin, A. Borba, A. Sccoti, F. Guadagnin","doi":"10.21814/physisterrae.5563","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Em Caçapava do Sul/RS, município cujos limites correspondem aos do Caçapava Geoparque Mundial da UNESCO, encontra-se o geossítio Guaritas, planalto fortemente dissecado desenvolvido sobre a Formação Guaritas, do início do Paleozoico. Essa formação rochosa é composta por arenitos com estratos cruzados, arenitos com seixos, conglomerados e, de forma subordinada, siltitos. Em seus patamares e topos de morros planos, bem como ao longo de alguns cursos de água, ocorrem feições de intemperismo e erosão do tipo “bacias rochosas” (rock basins). Para compreender sua evolução, utilizou-se de revisões bibliográficas, saídas de campo, captação de imagens por drones, execução de modelos 3D e testagem com martelo de Schmidt. Uma parcela dessas feições reúne escavações rasas, irregulares, em geral elípticas e alongadas (lembrando “travessas’’ ou “frigideiras”), que são vinculadas ao intemperismo químico (weathering pans, gnammas), onde a água da chuva acumulada age quimicamente nos arenitos/conglomerados. O segundo grupo, de formas regulares, cilíndricas e mais profundas, lembrando verdadeiras “panelas” (pits, potholes), é escavado nas rochas pelo intemperismo físico ou mecânico, normalmente nos trechos iniciais de cursos d’água: a água corrente e turbilhonada desses arroios, em conjunto com os clastos dos arenitos conglomeráticos (seixos, blocos), provoca atrito na rocha, levando a seu aprofundamento. Além do evidente valor científico e educativo, o conhecimento sobre essas escavações nos lajeados de rocha pode incrementar o conteúdo turístico de trilhas, além de contribuir com a conservação de espécies da fauna e flora nativas.","PeriodicalId":372792,"journal":{"name":"Physis Terrae - Revista Ibero-Afro-Americana de Geografia Física e Ambiente","volume":"23 9","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"“Frigideiras e panelas”: importantes feições do patrimônio geomorfológico do geossítio Guaritas, Caçapava Geoparque Mundial da Unesco\",\"authors\":\"Felipe João Romansin, A. Borba, A. Sccoti, F. Guadagnin\",\"doi\":\"10.21814/physisterrae.5563\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Em Caçapava do Sul/RS, município cujos limites correspondem aos do Caçapava Geoparque Mundial da UNESCO, encontra-se o geossítio Guaritas, planalto fortemente dissecado desenvolvido sobre a Formação Guaritas, do início do Paleozoico. Essa formação rochosa é composta por arenitos com estratos cruzados, arenitos com seixos, conglomerados e, de forma subordinada, siltitos. Em seus patamares e topos de morros planos, bem como ao longo de alguns cursos de água, ocorrem feições de intemperismo e erosão do tipo “bacias rochosas” (rock basins). Para compreender sua evolução, utilizou-se de revisões bibliográficas, saídas de campo, captação de imagens por drones, execução de modelos 3D e testagem com martelo de Schmidt. Uma parcela dessas feições reúne escavações rasas, irregulares, em geral elípticas e alongadas (lembrando “travessas’’ ou “frigideiras”), que são vinculadas ao intemperismo químico (weathering pans, gnammas), onde a água da chuva acumulada age quimicamente nos arenitos/conglomerados. O segundo grupo, de formas regulares, cilíndricas e mais profundas, lembrando verdadeiras “panelas” (pits, potholes), é escavado nas rochas pelo intemperismo físico ou mecânico, normalmente nos trechos iniciais de cursos d’água: a água corrente e turbilhonada desses arroios, em conjunto com os clastos dos arenitos conglomeráticos (seixos, blocos), provoca atrito na rocha, levando a seu aprofundamento. Além do evidente valor científico e educativo, o conhecimento sobre essas escavações nos lajeados de rocha pode incrementar o conteúdo turístico de trilhas, além de contribuir com a conservação de espécies da fauna e flora nativas.\",\"PeriodicalId\":372792,\"journal\":{\"name\":\"Physis Terrae - Revista Ibero-Afro-Americana de Geografia Física e Ambiente\",\"volume\":\"23 9\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-12-31\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Physis Terrae - Revista Ibero-Afro-Americana de Geografia Física e Ambiente\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.21814/physisterrae.5563\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Physis Terrae - Revista Ibero-Afro-Americana de Geografia Física e Ambiente","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.21814/physisterrae.5563","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
“Frigideiras e panelas”: importantes feições do patrimônio geomorfológico do geossítio Guaritas, Caçapava Geoparque Mundial da Unesco
Em Caçapava do Sul/RS, município cujos limites correspondem aos do Caçapava Geoparque Mundial da UNESCO, encontra-se o geossítio Guaritas, planalto fortemente dissecado desenvolvido sobre a Formação Guaritas, do início do Paleozoico. Essa formação rochosa é composta por arenitos com estratos cruzados, arenitos com seixos, conglomerados e, de forma subordinada, siltitos. Em seus patamares e topos de morros planos, bem como ao longo de alguns cursos de água, ocorrem feições de intemperismo e erosão do tipo “bacias rochosas” (rock basins). Para compreender sua evolução, utilizou-se de revisões bibliográficas, saídas de campo, captação de imagens por drones, execução de modelos 3D e testagem com martelo de Schmidt. Uma parcela dessas feições reúne escavações rasas, irregulares, em geral elípticas e alongadas (lembrando “travessas’’ ou “frigideiras”), que são vinculadas ao intemperismo químico (weathering pans, gnammas), onde a água da chuva acumulada age quimicamente nos arenitos/conglomerados. O segundo grupo, de formas regulares, cilíndricas e mais profundas, lembrando verdadeiras “panelas” (pits, potholes), é escavado nas rochas pelo intemperismo físico ou mecânico, normalmente nos trechos iniciais de cursos d’água: a água corrente e turbilhonada desses arroios, em conjunto com os clastos dos arenitos conglomeráticos (seixos, blocos), provoca atrito na rocha, levando a seu aprofundamento. Além do evidente valor científico e educativo, o conhecimento sobre essas escavações nos lajeados de rocha pode incrementar o conteúdo turístico de trilhas, além de contribuir com a conservação de espécies da fauna e flora nativas.