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Hobbes sensualista: uma leitura diderotiana da Natureza humana
O sensualismo é comumente atribuído a Condillac. O tratado sobre a Natureza humana (1650) de Hobbes traz, porém, um século antes do Tratado das sensações (1754) de Condillac, as marcas mais características dessa corrente filosófica: o desenvolvimento das faculdades e das operações mentais unicamente por meio das sensações, de modo que todo pensamento seja algum tipo de modificação da sensação. A Natureza humana foi traduzida para o francês por d'Holbach em 1772, proporcionando uma sorte de revelação hobbesiana em Diderot. Ainda que a teoria da sensibilidade do enciclopedista não apresente traços explícitos do tratado de Hobbes, este contribui para o melhor entendimento daquela. Com isso em vista, proponho fazer uma leitura de quatro capítulos (I-III; VII) da Natureza humana, sob uma ótica diderotiana. Pretendo mostrar que, de um lado, Hobbes é sensualista e, de outro, seu sensualismo tem uma perspectiva vitalista graças a um sistema duplo da sensibilidade, cujos centros (cérebro e coração) se mantém numa contínua interação.