{"title":"校园中的性别和生活方式","authors":"G. Vieira","doi":"10.20396/tematicas.v31i62.17635","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Alinhado aos estudos sobre estilos de vida e distinção cultural, neste texto analiso variações de práticas e gostos culturais entre mulheres e homens internamente à população discente da Universidade Estadual de Campinas. Para tanto, utilizo dados de uma pesquisa sobre estratificação social e estilos de vida entre a população discente feita por meio da aplicação de questionários (amostra de 548 estudantes) e realização de entrevistas em profundidade (22 estudantes de diferentes posições sociais). Analisando com recorte de gênero dados de três domínios culturais (usos do tempo, preferências musicais e preferências literárias), mostro que as mulheres apresentam um padrão de práticas e gostos homólogo entre os diferentes domínios, marcado pela variedade de práticas, interesses e gostos, enquanto os homens apresentam um estilo de vida marcado pela menor carga de atividades e pela homogeneidade estética. Para explicar estes padrões, ofereço três hipóteses lastreadas na literatura sobre práticas culturais e desigualdades de gênero. A primeira é a de que há um viés de gênero no acúmulo de capital cultural impondo às mulheres discentes um trabalho maior para que consigam alcançar as mesmas posições que os homens. A segunda é a de que se trata de um onivorismo cultural orientado para a construção de senso de pertencimento e para o acúmulo de capital social. A terceira é a de que existe uma maior abertura para a ressignificação da identidade feminina a partir da mobilização de estilos de vida diversos em comparação com um estilo de vida mais homogêneo que marca a identidade masculina.","PeriodicalId":55846,"journal":{"name":"Tematicas","volume":"7 18","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-12-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Gênero e estilos de vida no campo universitário\",\"authors\":\"G. Vieira\",\"doi\":\"10.20396/tematicas.v31i62.17635\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Alinhado aos estudos sobre estilos de vida e distinção cultural, neste texto analiso variações de práticas e gostos culturais entre mulheres e homens internamente à população discente da Universidade Estadual de Campinas. Para tanto, utilizo dados de uma pesquisa sobre estratificação social e estilos de vida entre a população discente feita por meio da aplicação de questionários (amostra de 548 estudantes) e realização de entrevistas em profundidade (22 estudantes de diferentes posições sociais). Analisando com recorte de gênero dados de três domínios culturais (usos do tempo, preferências musicais e preferências literárias), mostro que as mulheres apresentam um padrão de práticas e gostos homólogo entre os diferentes domínios, marcado pela variedade de práticas, interesses e gostos, enquanto os homens apresentam um estilo de vida marcado pela menor carga de atividades e pela homogeneidade estética. Para explicar estes padrões, ofereço três hipóteses lastreadas na literatura sobre práticas culturais e desigualdades de gênero. A primeira é a de que há um viés de gênero no acúmulo de capital cultural impondo às mulheres discentes um trabalho maior para que consigam alcançar as mesmas posições que os homens. A segunda é a de que se trata de um onivorismo cultural orientado para a construção de senso de pertencimento e para o acúmulo de capital social. A terceira é a de que existe uma maior abertura para a ressignificação da identidade feminina a partir da mobilização de estilos de vida diversos em comparação com um estilo de vida mais homogêneo que marca a identidade masculina.\",\"PeriodicalId\":55846,\"journal\":{\"name\":\"Tematicas\",\"volume\":\"7 18\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-12-17\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Tematicas\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.20396/tematicas.v31i62.17635\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Tematicas","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.20396/tematicas.v31i62.17635","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Alinhado aos estudos sobre estilos de vida e distinção cultural, neste texto analiso variações de práticas e gostos culturais entre mulheres e homens internamente à população discente da Universidade Estadual de Campinas. Para tanto, utilizo dados de uma pesquisa sobre estratificação social e estilos de vida entre a população discente feita por meio da aplicação de questionários (amostra de 548 estudantes) e realização de entrevistas em profundidade (22 estudantes de diferentes posições sociais). Analisando com recorte de gênero dados de três domínios culturais (usos do tempo, preferências musicais e preferências literárias), mostro que as mulheres apresentam um padrão de práticas e gostos homólogo entre os diferentes domínios, marcado pela variedade de práticas, interesses e gostos, enquanto os homens apresentam um estilo de vida marcado pela menor carga de atividades e pela homogeneidade estética. Para explicar estes padrões, ofereço três hipóteses lastreadas na literatura sobre práticas culturais e desigualdades de gênero. A primeira é a de que há um viés de gênero no acúmulo de capital cultural impondo às mulheres discentes um trabalho maior para que consigam alcançar as mesmas posições que os homens. A segunda é a de que se trata de um onivorismo cultural orientado para a construção de senso de pertencimento e para o acúmulo de capital social. A terceira é a de que existe uma maior abertura para a ressignificação da identidade feminina a partir da mobilização de estilos de vida diversos em comparação com um estilo de vida mais homogêneo que marca a identidade masculina.