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A evangelização dos indígenas na Amazônia portuguesa foi executada principalmente por missionários jesuítas. Para atingir o seu objetivo, os padres criaram uma ampla rede de assentamentos missionários cujos neófitos foram submetidos a uma rotina de catequese e trabalho. Pretende-se mostrar aqui como, apesar do controle social e cultural imposto pelos inacianos, os conhecimentos nativos relativos à produção de alimentos (sendo a mandioca o mantimento-chave) e à coleta sazonal de produtos da floresta tropical (especialmente cacau, cravo e óleos vegetais) marcaram as atividades econômicas desses estabelecimentos. Até recentemente, a historiografia tendia quase exclusivamente a sublinhar, de acordo com o conceito do mercantilismo, a importância da extração e exportação das “drogas do sertão”, sem muito se atentar ao agenciamento e aos saberes da população indígena. Documentos jesuítas mostram como, no cotidiano, elementos europeus e nativos se mesclaram e garantiram a sobrevivência da rede missionária.