Raimundo Mélo Neto Segundo, Marcelo Medeiros da Silva
{"title":"从属与沉默的黑人女性的声音:埃兹尔达·米拉内斯·巴雷托的交叉研究","authors":"Raimundo Mélo Neto Segundo, Marcelo Medeiros da Silva","doi":"10.5007/2175-7917.2023.e95400","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A visibilização das contribuições dos sujeitos negros à cultura de nosso país é um território conquistado, tendo em vista que a narrativa histórica oficiosa, erigida pelos donos do poder (homens, brancos, cisheterossexuais, cristão, sem deficiência), procurou apagar a contribuição dos africanos e dos afrodescentes à cultura brasileira ou, na impossibilidade de tal apagamento, alocou-a em lugares de subalternização, como podemos ver em muitas das representações de personagens negros/as que circularam, em especial, na prosa oitocentista brasileira. Por isso, sob o olhar da Interseccionalidade, o presente estudo tem como objetivo analisar as personagens femininas negras, contextualizadas dentro do patriarcado brasileiro e relacionadas à decolonialidade de raça, na ficção da escritora paraibana Ezilda Milanez Barreto, mais especificamente nos romances E a luz brilhará nas trevas (1940), Nos arcanos do império (1981) e O meu mundo é assim (1983). Para fundamentar nossos posicionamentos sobre o conceito de subalternidade e vozes negras silenciadas, apoiamo-nos em Spivak (2014), Crenshaw (1989) e Akotirene (2019). Esperamos contribuir para os estudos interseccionais na literatura afro-brasileira de autoria feminina e para a reflexão acerca de problemáticas recorrentes na sociedade brasileira, como o racismo estrutural, as quais emergem da diegese das narrativas que constituem o nosso corpus de análise.","PeriodicalId":165793,"journal":{"name":"Anuário de Literatura","volume":"35 4","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-11-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Subalternidade e vozes de mulheres negras silenciadas: um estudo interseccional em Ezilda Milanez Barreto\",\"authors\":\"Raimundo Mélo Neto Segundo, Marcelo Medeiros da Silva\",\"doi\":\"10.5007/2175-7917.2023.e95400\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"A visibilização das contribuições dos sujeitos negros à cultura de nosso país é um território conquistado, tendo em vista que a narrativa histórica oficiosa, erigida pelos donos do poder (homens, brancos, cisheterossexuais, cristão, sem deficiência), procurou apagar a contribuição dos africanos e dos afrodescentes à cultura brasileira ou, na impossibilidade de tal apagamento, alocou-a em lugares de subalternização, como podemos ver em muitas das representações de personagens negros/as que circularam, em especial, na prosa oitocentista brasileira. Por isso, sob o olhar da Interseccionalidade, o presente estudo tem como objetivo analisar as personagens femininas negras, contextualizadas dentro do patriarcado brasileiro e relacionadas à decolonialidade de raça, na ficção da escritora paraibana Ezilda Milanez Barreto, mais especificamente nos romances E a luz brilhará nas trevas (1940), Nos arcanos do império (1981) e O meu mundo é assim (1983). Para fundamentar nossos posicionamentos sobre o conceito de subalternidade e vozes negras silenciadas, apoiamo-nos em Spivak (2014), Crenshaw (1989) e Akotirene (2019). Esperamos contribuir para os estudos interseccionais na literatura afro-brasileira de autoria feminina e para a reflexão acerca de problemáticas recorrentes na sociedade brasileira, como o racismo estrutural, as quais emergem da diegese das narrativas que constituem o nosso corpus de análise.\",\"PeriodicalId\":165793,\"journal\":{\"name\":\"Anuário de Literatura\",\"volume\":\"35 4\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-11-13\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Anuário de Literatura\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.5007/2175-7917.2023.e95400\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anuário de Literatura","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5007/2175-7917.2023.e95400","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Subalternidade e vozes de mulheres negras silenciadas: um estudo interseccional em Ezilda Milanez Barreto
A visibilização das contribuições dos sujeitos negros à cultura de nosso país é um território conquistado, tendo em vista que a narrativa histórica oficiosa, erigida pelos donos do poder (homens, brancos, cisheterossexuais, cristão, sem deficiência), procurou apagar a contribuição dos africanos e dos afrodescentes à cultura brasileira ou, na impossibilidade de tal apagamento, alocou-a em lugares de subalternização, como podemos ver em muitas das representações de personagens negros/as que circularam, em especial, na prosa oitocentista brasileira. Por isso, sob o olhar da Interseccionalidade, o presente estudo tem como objetivo analisar as personagens femininas negras, contextualizadas dentro do patriarcado brasileiro e relacionadas à decolonialidade de raça, na ficção da escritora paraibana Ezilda Milanez Barreto, mais especificamente nos romances E a luz brilhará nas trevas (1940), Nos arcanos do império (1981) e O meu mundo é assim (1983). Para fundamentar nossos posicionamentos sobre o conceito de subalternidade e vozes negras silenciadas, apoiamo-nos em Spivak (2014), Crenshaw (1989) e Akotirene (2019). Esperamos contribuir para os estudos interseccionais na literatura afro-brasileira de autoria feminina e para a reflexão acerca de problemáticas recorrentes na sociedade brasileira, como o racismo estrutural, as quais emergem da diegese das narrativas que constituem o nosso corpus de análise.