Renato Brito dos Santos Júnior, Eliete Rodrigues da Silva, Íris Tarciana de Freitas Cunha, Juliana Santos Teles, Tássia Nayane Vieira dos Santos, Maria Clara Menezes Nocrato Prado, Guilherme Reis de Santana Santos, Tatiana Rodrigues de Moura, Shirley Veronica Melo Almeida Lima, Allan Dantas dos Santos, Caíque Jordan Nunes Ribeiro
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A população do estudo consistiu em todos os casos de leishmaniose visceral notificados entre 2012 e 2019. Os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A variação evolução foi utilizada para definir os desfechos óbito e óbito associado. A taxa de mortalidade foi calculada em nível municipal e representadas em médias móveis trianuais através de mapas coropléticos. A análise espacial foi executada por meio dos testes de Moran global (I) e local (LISA – local indicators of spatial autocorrelation). Entre 2012 e 2019, a mortalidade por leishmaniose visceral apresentou-se dispersa no Brasil, com maior concentração nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste, tendo uma taxa de mortalidade < 8,3 óbitos/100.000 habitantes na maior parte dos municípios. Houve dependência espacial em todos os triênios analisados (p<0,05). Entre 2012 e 2014, observaram-se aglomerados de alto risco em alguns estados nordestinos, como Bahia, Piauí, Maranhão e Pernambuco, além do Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Porém, nos triênios 2016-2018 e 2017-2019, foi perceptível uma mudança, a partir da qual ocorreu semelhança entre os aglomerados de alto risco entre o meio-norte do Nordeste e região Norte (Tocantins e Pará), além de manter o aumento no Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Os achados desse estudo revelam que a distribuição da mortalidade por leishmaniose visceral não é aleatória, uma vez que foi constatada aglomeração de alto risco. Os clusters identificados coincidem com regiões de maior vulnerabilidade do país, em especial das regiões Norte e Nordeste. 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ANÁLISE ESPACIAL DA MORTALIDADE POR LEISHMANIOSE VISCERAL NO BRASIL (2012-2019): UM ESTUDO ECOLÓGICO
A leishmaniose visceral (LV) é uma doença parasitária característica de países em desenvolvimento, sendo considerada uma das doenças tropicais negligenciadas com letalidade potencial. O Brasil é responsável por mais de 90% dos casos reportados nas Américas. Este trabalho objetivou investigar os padrões espaciais da mortalidade de leishmaniose visceral no Brasil entre 2012 e 2019. Trata-se de estudo ecológico com técnicas de análise espacial, tendo como unidades de análise os 5.570 municípios brasileiros. A população do estudo consistiu em todos os casos de leishmaniose visceral notificados entre 2012 e 2019. Os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A variação evolução foi utilizada para definir os desfechos óbito e óbito associado. A taxa de mortalidade foi calculada em nível municipal e representadas em médias móveis trianuais através de mapas coropléticos. A análise espacial foi executada por meio dos testes de Moran global (I) e local (LISA – local indicators of spatial autocorrelation). Entre 2012 e 2019, a mortalidade por leishmaniose visceral apresentou-se dispersa no Brasil, com maior concentração nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste, tendo uma taxa de mortalidade < 8,3 óbitos/100.000 habitantes na maior parte dos municípios. Houve dependência espacial em todos os triênios analisados (p<0,05). Entre 2012 e 2014, observaram-se aglomerados de alto risco em alguns estados nordestinos, como Bahia, Piauí, Maranhão e Pernambuco, além do Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Porém, nos triênios 2016-2018 e 2017-2019, foi perceptível uma mudança, a partir da qual ocorreu semelhança entre os aglomerados de alto risco entre o meio-norte do Nordeste e região Norte (Tocantins e Pará), além de manter o aumento no Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Os achados desse estudo revelam que a distribuição da mortalidade por leishmaniose visceral não é aleatória, uma vez que foi constatada aglomeração de alto risco. Os clusters identificados coincidem com regiões de maior vulnerabilidade do país, em especial das regiões Norte e Nordeste. Portanto, políticas intersetoriais são necessárias para o controle da doença e redução de casos fatais no território brasileiro.