Luiza Arcas Gonçalves, Ivan Lira dos Santos, Júlia Herkenhoff Carijó, Claudia Maria Dantas de Maio Carrilho, Brunno César Batista Cocentino, Marsileni Pelisson, Luciana Neves Passos, Glaucia Fernanda Varkulja, Ana Paula Matos Porto, Antônio Brazil Viana Júnior, Thaís Guimarães, Silvia Figueiredo Costa
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Foi realizado um estudo ecológico com dados de densidade de incidência de CDI, taxa de adequação de higienização de mãos e consumo de antimicrobianos (azitromicina, clindamicina, vancomicina, piperacilina-tazobactam, meropenem, levofloxacina e ceftriaxona) de 7 hospitais brasileiros, do período de junho de 2018 a dezembro de 2019 (pré pandemia) e junho de 2020 a dezembro de 2021 (pandemia). Os hospitais participantes eram de 4 diferentes estados (Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná), três deles públicos e quatro privados. Foi realizada comparação dos dois períodos do estudo, utilizando o teste U de Mann-Whitney por meio do programa R versão 4.1.0, tendo sido considerado o valor de p<0.05 como estatisticamente significante. Também foi realizada série temporal da densidade de incidência de CDI e consumo de antimicrobianos (DDD), com aplicação de regressão de Joinpoint, sendo considerado intervalo de confiança de 95%. Não foi observada diferença estatística de incidência de CDI nos dois períodos (1,40 [0,00‒2,71] pré pandemia e 1,74 [0,00‒3,05] na pandemia; p=0,20). Na pandemia, a regressão de Joinpoint não apresentou ponto de inflexão, entretanto, houve aumento percentual médio de 4% (p=0,081). A proporção da higienização da higiene das mãos também não foi diferente (p=0,084). Por outro lado, houve aumento do consumo de azitromicina (p<0,01) e levofloxacina (p<0,01) e redução de ceftriaxona (p=0,003) no período da pandemia em comparação ao anterior, sem diferença nos demais. Em série histórica da pandemia, houve aumento do consumo de meropenem e vancomicina entre dezembro de 2020 e abril de 2021. Ao longo da evolução da COVID-19, a interação entre medidas de proteção e risco como aumento de consumo de antibiótico podem ter influenciado de formas distintas o controle da CDI, sem aumento significativo da incidência em relação ao período anterior, porém, com tendência de aumento ao longo de 2020 e 2021.","PeriodicalId":22315,"journal":{"name":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NA INFECÇÃO POR CLOSTRIDIOIDES DIFFICILE EM HOSPITAIS BRASILEIROS\",\"authors\":\"Luiza Arcas Gonçalves, Ivan Lira dos Santos, Júlia Herkenhoff Carijó, Claudia Maria Dantas de Maio Carrilho, Brunno César Batista Cocentino, Marsileni Pelisson, Luciana Neves Passos, Glaucia Fernanda Varkulja, Ana Paula Matos Porto, Antônio Brazil Viana Júnior, Thaís Guimarães, Silvia Figueiredo Costa\",\"doi\":\"10.1016/j.bjid.2023.103378\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"A infecção por Clostridioides Difficile (CDI) constitui-se como uma das principais infecções associadas à assistência à saúde. 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IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NA INFECÇÃO POR CLOSTRIDIOIDES DIFFICILE EM HOSPITAIS BRASILEIROS
A infecção por Clostridioides Difficile (CDI) constitui-se como uma das principais infecções associadas à assistência à saúde. No contexto da crise sanitária da COVID-19, foi observado aumento na incidência de IRAS, entretanto, o comportamento da incidência de CDI permanece controverso. O presente trabalho objetiva avaliar o impacto da pandemia da COVID-19 na densidade de incidência de CDI, na adesão da higienização das mãos e no consumo de antimicrobianos em hospitais brasileiros. Foi realizado um estudo ecológico com dados de densidade de incidência de CDI, taxa de adequação de higienização de mãos e consumo de antimicrobianos (azitromicina, clindamicina, vancomicina, piperacilina-tazobactam, meropenem, levofloxacina e ceftriaxona) de 7 hospitais brasileiros, do período de junho de 2018 a dezembro de 2019 (pré pandemia) e junho de 2020 a dezembro de 2021 (pandemia). Os hospitais participantes eram de 4 diferentes estados (Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná), três deles públicos e quatro privados. Foi realizada comparação dos dois períodos do estudo, utilizando o teste U de Mann-Whitney por meio do programa R versão 4.1.0, tendo sido considerado o valor de p<0.05 como estatisticamente significante. Também foi realizada série temporal da densidade de incidência de CDI e consumo de antimicrobianos (DDD), com aplicação de regressão de Joinpoint, sendo considerado intervalo de confiança de 95%. Não foi observada diferença estatística de incidência de CDI nos dois períodos (1,40 [0,00‒2,71] pré pandemia e 1,74 [0,00‒3,05] na pandemia; p=0,20). Na pandemia, a regressão de Joinpoint não apresentou ponto de inflexão, entretanto, houve aumento percentual médio de 4% (p=0,081). A proporção da higienização da higiene das mãos também não foi diferente (p=0,084). Por outro lado, houve aumento do consumo de azitromicina (p<0,01) e levofloxacina (p<0,01) e redução de ceftriaxona (p=0,003) no período da pandemia em comparação ao anterior, sem diferença nos demais. Em série histórica da pandemia, houve aumento do consumo de meropenem e vancomicina entre dezembro de 2020 e abril de 2021. Ao longo da evolução da COVID-19, a interação entre medidas de proteção e risco como aumento de consumo de antibiótico podem ter influenciado de formas distintas o controle da CDI, sem aumento significativo da incidência em relação ao período anterior, porém, com tendência de aumento ao longo de 2020 e 2021.