Weiny César Freitas Pinto, Pedro Henrique Cristaldo Silva
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Penalidade, escrúpulo e o impasse entre condenação e justificação
Paul Ricœur, em seu livro A Simbólica do Mal de 1960, segundo volume de Finitude e Culpabilidade, inserida em A Filosofia da Vontade II, desenvolve uma descrição dos símbolos do mal mediante o método hermenêutico, extraindo a função simbólica do mito, e a reflexão fenomenológica, extraindo a experiência da crença por meio da imaginação à consciência religiosa. Sua investigação consiste em um exame histórico e exegético dos documentos da cultura helênica e da tradição judaico-cristã. Nossa comunicação, a partir dessa obra, se concentrará no capítulo intitulado A Culpabilidade, no qual o autor francês explora a diferença entre o realismo do pecado e o fenomenismo da culpabilidade nos símbolos das narrativas míticas e religiosas gregas e cristãs. O filósofo francês se concentra no simbolismo mítico, pois o mito é uma narrativa tradicional de eventos que constituem a ação ritual religiosa e instruem o pensamento na compreensão de si mesmo e do mundo. No mito, por meio da função simbólica, existe uma potencialidade de descoberta da relação entre o indivíduo e a divindade. Nosso objetivo com a presente comunicação é resumir de forma descritiva a argumentação investigativa que Ricœur elabora em A Simbólica do Mal sobre a culpabilidade, e então, apontar o valor do símbolo mítico para a constituição do imaginário humano manifesto na cultura.