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A ressignificação da música em Todas as manhãs do mundo de Pascal Quignard
No romance Todas as manhãs do mundo, Pascal Quignard reimagina a música de Sainte-Colombe – em particular, o seu Tombeau les Regrets – como uma manifestação artística cujas características sobre-humanas desafiam a razão e a explicação verbal. Ao longo do texto, o Tombeau é ressignificado através de referências (reais e ficcionais) que culminam em uma performance, envolvida em mistério e revelação. Pela descrição do narrador, sabemos que há algo além da música acontecendo e que parece estar intrinsecamente ligado a ela, mas que parece fora do alcance do leitor. Partindo da premissa de que a aquisição de familiaridade com a obra musical aproximaria o leitor da dimensão criativa músico-literária do texto e contribuiria com a sua interpretação, este artigo se propõe a explorar uma solução pragmática. Para isso, tomarei os desenvolvimentos teóricos mais relevantes sobre o fenômeno de descrições literárias de música (SCHER, 1968; WOLF, 1999; CLÜVER, 1999; ELLESTRÖM, 2021) como ponto de partida para construir um modelo de análise que oriente a interpretação músico-literária da performance descrita e que seja consistente com a relação texto-música construída no romance. Uma aplicação do modelo demonstrará o processo de análise e construção da interpretação.