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Este trabalho propõe uma leitura do livro seique, da escritora Susana Sanches Arins, com o intuito de demonstrar o seu engajamento na árdua tarefa de reconstrução de uma memória familiar bastante traumática, decorrente do envolvimento de seu tio-avô Manuel em práticas repressivas durante a Guerra Civil Espanhola e ao longo de toda a ditadura franquista. A partir de uma escrita bem próxima da oralidade, Susana concebe uma narrativa singular, na qual a fragmentação, a ambiguidade, a ironia, a voz e o silêncio surgem como recurso de representação, como forma de denúncia de um passado obscuro e doloroso e que ainda afeta o presente das vítimas ou dos seus familiares. No decorrer da leitura, fica evidente que, para a escritora, remexer o passado e testemunhar a dor é, para além de um acerto de contas familiar, um compromisso com a memória, uma forma de salvar as lembranças através da escrita.