{"title":"Rio de pequenas Áfricas e Paris tropical:","authors":"Paula Fernandes Silva","doi":"10.51308/continentes.v1i21.345","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Vasta é a literatura sobre a primeira grande intervenção urbanística realizada na cidade do Rio de Janeiro. Recentemente diversos intelectuais têm se debruçado sobre a centralidade da questão racial para a produção do espaço urbano entendendo que as intervenções urbanísticas, tal como o pensamento geográfico do início do século XX, não estão isentas de racialização. Seguindo tais perspectivas, este artigo pretende abordar a biopolítica como ferramenta de análise do espaço urbano, refletindo sobre como os dispositivos do “poder de polícia” e “racismo de estado” operaram na tentativa de branquear a cidade do Rio de Janeiro. Remoção de habitações populares, posturas municipais restringindo a circulação de grupos indesejáveis e o policiamento na área central não foram suficientes para apagar as Geografias Negras da cidade do passado. Ao inaugurar a modernidade carioca da “Paris tropical” esta nova tecnologia de “fazer viver e deixar morrer” consolida outras territorialidades negras reconhecidas como Pequena(s) África(s).","PeriodicalId":490987,"journal":{"name":"Continentes","volume":"7 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-03-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Rio de pequenas Áfricas e Paris tropical:\",\"authors\":\"Paula Fernandes Silva\",\"doi\":\"10.51308/continentes.v1i21.345\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Vasta é a literatura sobre a primeira grande intervenção urbanística realizada na cidade do Rio de Janeiro. Recentemente diversos intelectuais têm se debruçado sobre a centralidade da questão racial para a produção do espaço urbano entendendo que as intervenções urbanísticas, tal como o pensamento geográfico do início do século XX, não estão isentas de racialização. Seguindo tais perspectivas, este artigo pretende abordar a biopolítica como ferramenta de análise do espaço urbano, refletindo sobre como os dispositivos do “poder de polícia” e “racismo de estado” operaram na tentativa de branquear a cidade do Rio de Janeiro. Remoção de habitações populares, posturas municipais restringindo a circulação de grupos indesejáveis e o policiamento na área central não foram suficientes para apagar as Geografias Negras da cidade do passado. Ao inaugurar a modernidade carioca da “Paris tropical” esta nova tecnologia de “fazer viver e deixar morrer” consolida outras territorialidades negras reconhecidas como Pequena(s) África(s).\",\"PeriodicalId\":490987,\"journal\":{\"name\":\"Continentes\",\"volume\":\"7 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-03-14\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Continentes\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.51308/continentes.v1i21.345\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Continentes","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51308/continentes.v1i21.345","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Vasta é a literatura sobre a primeira grande intervenção urbanística realizada na cidade do Rio de Janeiro. Recentemente diversos intelectuais têm se debruçado sobre a centralidade da questão racial para a produção do espaço urbano entendendo que as intervenções urbanísticas, tal como o pensamento geográfico do início do século XX, não estão isentas de racialização. Seguindo tais perspectivas, este artigo pretende abordar a biopolítica como ferramenta de análise do espaço urbano, refletindo sobre como os dispositivos do “poder de polícia” e “racismo de estado” operaram na tentativa de branquear a cidade do Rio de Janeiro. Remoção de habitações populares, posturas municipais restringindo a circulação de grupos indesejáveis e o policiamento na área central não foram suficientes para apagar as Geografias Negras da cidade do passado. Ao inaugurar a modernidade carioca da “Paris tropical” esta nova tecnologia de “fazer viver e deixar morrer” consolida outras territorialidades negras reconhecidas como Pequena(s) África(s).