Coleções Patricia Phelps de Cisneros e Eduardo Costantini

Este artigo é resultado da pesquisa de mestrado sobre o desenvolvimento da arte latino-americana como uma categoria de coleção, particularmente a partir de 1970, tendo como base o estudo comparativo da trajetória de formação das coleções privadas de Eduardo Costantini e de Patricia Phelps de Cisneros, e de suas conversões em dimensão pública e respectivas institucionalizações no Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, MALBA, e na Colección Patricia Phelps de Cisneros. Sob uma abordagem interdisciplinar, desde a História, a Crítica, a Sociologia e a Economia da Arte, foram realizados o levantamento bibliográfico e de fontes de informação secundária sobre os projetos colecionistas, a estruturação de ambos os estudos de caso em contextos transregionais e instâncias mercadológica e cultural, e o estabelecimento de atributos comparativos de constituição das coleções, compondo uma tessitura de histórias conectadas. As análises permitiram uma melhor compreensão da emergência de um colecionismo de arte latino-americana por colecionadores do continente, dos princípios que organizaram a consolidação de um sistema e de circuitos de uma produção artística sob esse rótulo e das influências exercidas pelas coleções e colecionadores como legitimadores de um tipo de bem simbólico, de seu valor econômico e de um modo de apropriação.