Aproveitamento energético do glicerol: análise das propostas de queima direta e emprego em células à combustível no contexto da planta piloto de biodiesel do IFBA – campus Paulo Afonso

O biodiesel é um biocombustível oriundo de fontes renováveis de oleaginosas, constituindo-se uma alternativa menos poluente que o diesel (combustível fóssil derivado do petróleo). Durante a produção de biodiesel o principal resíduo gerado é o glicerol, substância que, quando descartada incorretamente, polui o meio ambiente. Diante da nova legislação, que impôs um incremento de 5% de biodiesel ao diesel comum, o Brasil produz atualmente 2,6 bilhões de litros de biodiesel por ano, resultando em cerca de 260 mil toneladas de glicerol residual, volume este muito superior à sua atual demanda. O consumo desse volume extra de glicerol é fundamental para viabilizar economicamente o aumento da produção do biodiesel que quando incrementando com maiores volumes ao diesel decrescem as taxas de importação desse combustível elevando assim o ganho econômico. Esta pesquisa consistiu numa análise de duas alternativas energéticas resultantes do aproveitamento do glicerol e voltadas para a transformação da energia química em energia elétrica. As tecnologias ora tratadas foram analisadas sob a ótica da eficiência energética, exequibilidade técnica/tecnológica, viabilidade econômica e desempenho ambiental. A queima direta se mostrou como a forma de aproveitamento energético com um melhor desempenho do que a conversão em hidrogênios para uso em células a combustível. Os resultados desse estudo podem embasar a construção de propostas de aproveitamento energético da glicerina e, consequentemente, de desenvolvimento sustentável para usinas-piloto de biodiesel com fins didáticos.