{"title":"克拉丽斯·利斯佩克特的《对永恒的恐惧中的空间折叠》(1970):从平庸到神圣","authors":"Filipe Rafael Gracioli","doi":"10.18675/1981-8106.v33.n.66.s17932","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Nesta escrita, buscamos compreender, em Medo da eternidade, crônica de Clarice Lispector publicada em 1970, a geografia estabelecida pela personagem central na relação consigo própria a partir de uma divagação no percurso até a escola, quando algo lhe atravessa: o medo da eternidade. Nesse itinerário, sob uma leitura do espaço percorrido pela personagem em uma cena aparentemente pouco geográfica, uma relação possível com o espaço geográfico se estabelece ao reorganizar o conceito para além da materialidade, tocado pelas linhas de fuga do pensamento da personagem. Com base em nossa experiência de leitura de fruição, pela leitura de mundo de Carlo Ginzburg com seu paradigma indiciário, que nos orienta para a busca pelos indícios na cena narrada, e também pela perspectiva de experiência em Walter Benjamin, que nos convida à atenção ao que nos toca, passa-nos e nos modifica, entendemos a crônica como uma dobra do espaço para além do material que se transforma em criação, reorganiza o banal e escapa para a vida infinita. Clarice nos oferece uma possibilidade de leitura de mundo a partir de uma noção geográfica abundante, na qual a experiência daquilo que nos transforma importa mais que a dureza da eternidade do conhecido e que indaga: que espaço é este que vivemos?","PeriodicalId":31214,"journal":{"name":"Educacao Teoria e Pratica","volume":"120 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-11-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"A dobra do espaço em Medo da eternidade (1970), de Clarice Lispector: do banal ao sagrado\",\"authors\":\"Filipe Rafael Gracioli\",\"doi\":\"10.18675/1981-8106.v33.n.66.s17932\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Nesta escrita, buscamos compreender, em Medo da eternidade, crônica de Clarice Lispector publicada em 1970, a geografia estabelecida pela personagem central na relação consigo própria a partir de uma divagação no percurso até a escola, quando algo lhe atravessa: o medo da eternidade. Nesse itinerário, sob uma leitura do espaço percorrido pela personagem em uma cena aparentemente pouco geográfica, uma relação possível com o espaço geográfico se estabelece ao reorganizar o conceito para além da materialidade, tocado pelas linhas de fuga do pensamento da personagem. Com base em nossa experiência de leitura de fruição, pela leitura de mundo de Carlo Ginzburg com seu paradigma indiciário, que nos orienta para a busca pelos indícios na cena narrada, e também pela perspectiva de experiência em Walter Benjamin, que nos convida à atenção ao que nos toca, passa-nos e nos modifica, entendemos a crônica como uma dobra do espaço para além do material que se transforma em criação, reorganiza o banal e escapa para a vida infinita. Clarice nos oferece uma possibilidade de leitura de mundo a partir de uma noção geográfica abundante, na qual a experiência daquilo que nos transforma importa mais que a dureza da eternidade do conhecido e que indaga: que espaço é este que vivemos?\",\"PeriodicalId\":31214,\"journal\":{\"name\":\"Educacao Teoria e Pratica\",\"volume\":\"120 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-11-01\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Educacao Teoria e Pratica\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.18675/1981-8106.v33.n.66.s17932\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Educacao Teoria e Pratica","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.18675/1981-8106.v33.n.66.s17932","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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摘要
在这篇文章中,我们试图理解克拉丽斯·利斯佩克特(Clarice Lispector) 1970年出版的《永恒的恐惧》(the eternity of eternity)一书中,主人公在与自己的关系中所建立的地理位置,从他在上学途中的漫游中,当有什么东西穿过他时:对永恒的恐惧。在这个行程中,在对人物在一个明显没有地理位置的场景中所穿越的空间的解读下,通过重新组织概念而超越物质性,被人物思想的飞行线所感动,建立了与地理空间的可能关系。基于经验的阅读享受,通过读取卡的世界Ginzburg和其理论基础,我们应当去寻找证据的那些场景,也从本雅明的经验,促使我们关注我们,我们,我们修改我们创伤的弯曲空间的材料变成创造,重组的平庸和逃到无限的生命。克拉丽斯为我们提供了一种从丰富的地理概念来解读世界的可能性,在这种概念中,改变我们的经验比已知的永恒的硬度更重要,并提出了一个问题:我们生活的空间是什么?
A dobra do espaço em Medo da eternidade (1970), de Clarice Lispector: do banal ao sagrado
Nesta escrita, buscamos compreender, em Medo da eternidade, crônica de Clarice Lispector publicada em 1970, a geografia estabelecida pela personagem central na relação consigo própria a partir de uma divagação no percurso até a escola, quando algo lhe atravessa: o medo da eternidade. Nesse itinerário, sob uma leitura do espaço percorrido pela personagem em uma cena aparentemente pouco geográfica, uma relação possível com o espaço geográfico se estabelece ao reorganizar o conceito para além da materialidade, tocado pelas linhas de fuga do pensamento da personagem. Com base em nossa experiência de leitura de fruição, pela leitura de mundo de Carlo Ginzburg com seu paradigma indiciário, que nos orienta para a busca pelos indícios na cena narrada, e também pela perspectiva de experiência em Walter Benjamin, que nos convida à atenção ao que nos toca, passa-nos e nos modifica, entendemos a crônica como uma dobra do espaço para além do material que se transforma em criação, reorganiza o banal e escapa para a vida infinita. Clarice nos oferece uma possibilidade de leitura de mundo a partir de uma noção geográfica abundante, na qual a experiência daquilo que nos transforma importa mais que a dureza da eternidade do conhecido e que indaga: que espaço é este que vivemos?