Alexis Saludjian, João Pedro Braga, Rodrigo Fernandes
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Desde a década de 1990, acadêmicos discutem a dinâmica das Cadeias Globais de Valor (CGV) e os possíveis benefícios de inserção das indústrias nacionais como uma possível oportunidade de desenvolvimento. A partir desta literatura consolidada, este trabalho analisa criticamente as CGV desenvolvendo três pontos principais nos quais a narrativa de ganhos mútuos se mostra uma lente ideologicamente carregada para analisar a produção no âmbito do capitalismo global. O primeiro delas é a permanência de grandes diferenciais salariais entre trabalhadores nos países desenvolvidos e em desenvolvimento não devido somente a diferentes produtividades, mas também as estruturas produtivas e sociais sobre as quais se baseiam na exploração do trabalho. Adotando a interpretação de Selwyn (2019) e Quentin & Campling (2017), as CGV acabam por reproduzir pobreza e desigualdade social entre os trabalhadores do Sul Global. O segundo ponto é sobre a possibilidade de movimentação e fuga de capitais e mais valor, facilitado e estimulado pela CGV, criando novas dinâmicas de desigualdade global entre países e intrapaíses. Por último, tratamos das dinâmicas de exportação de dano ambiental facilitados pela CGV, além de apresentar criticamente propostas reformistas ao atual cenário de degradação do meio ambiente. Assim sendo, este artigo sintetiza visões críticas à internacionalização cega do comércio proposta pela análise dominante das CGV na medida em que ela representa uma barreira sensível ao desenvolvimento socioeconômico no Sul Global.