{"title":"声音的色彩:20世纪上半叶巴西留声机78次旋转中差异性和种族的构建","authors":"Maya Suemi Lemos, Pedro de Moura Aragão","doi":"10.11606/issn.2316-9141.rh.2023.200561","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Partindo do problema central da produção de alteridades como elemento-chave na constituição do mundo moderno, e seguindo a perspectiva aberta por Jennifer Stoever e seu conceito de “linha de cor sonora”, o artigo tem foco na indústria fonográfica brasileira em seus primeiros estágios de desenvolvimento. Busca-se problematizá-la como um lugar de fixação e reverberação de representações sonoras raciais e étnicas, materializadas em fonogramas de 78 rotações gravados nas primeiras quatro décadas do século XX por cantores, músicos e compositores negros. Argumenta-se que a dinâmica de incorporação desses músicos no sistema de entretenimento alimentado pelas indústrias fonográficas do período passava necessariamente pela exploração de estereótipos em que elementos como etnicidade, comicidade, sensualidade, primitivismo e exotismo exerciam papel central, elaborados precedentemente em registros literários e musicais.","PeriodicalId":42497,"journal":{"name":"Revista de Historia-Sao Paulo","volume":"23 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2023-10-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"A cor do som: construção de alteridade e racialidade na fonografia brasileira em 78 rotações, na primeira metade do século XX\",\"authors\":\"Maya Suemi Lemos, Pedro de Moura Aragão\",\"doi\":\"10.11606/issn.2316-9141.rh.2023.200561\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Partindo do problema central da produção de alteridades como elemento-chave na constituição do mundo moderno, e seguindo a perspectiva aberta por Jennifer Stoever e seu conceito de “linha de cor sonora”, o artigo tem foco na indústria fonográfica brasileira em seus primeiros estágios de desenvolvimento. Busca-se problematizá-la como um lugar de fixação e reverberação de representações sonoras raciais e étnicas, materializadas em fonogramas de 78 rotações gravados nas primeiras quatro décadas do século XX por cantores, músicos e compositores negros. Argumenta-se que a dinâmica de incorporação desses músicos no sistema de entretenimento alimentado pelas indústrias fonográficas do período passava necessariamente pela exploração de estereótipos em que elementos como etnicidade, comicidade, sensualidade, primitivismo e exotismo exerciam papel central, elaborados precedentemente em registros literários e musicais.\",\"PeriodicalId\":42497,\"journal\":{\"name\":\"Revista de Historia-Sao Paulo\",\"volume\":\"23 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.1000,\"publicationDate\":\"2023-10-05\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista de Historia-Sao Paulo\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2023.200561\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"Q3\",\"JCRName\":\"HISTORY\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista de Historia-Sao Paulo","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2023.200561","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q3","JCRName":"HISTORY","Score":null,"Total":0}
A cor do som: construção de alteridade e racialidade na fonografia brasileira em 78 rotações, na primeira metade do século XX
Partindo do problema central da produção de alteridades como elemento-chave na constituição do mundo moderno, e seguindo a perspectiva aberta por Jennifer Stoever e seu conceito de “linha de cor sonora”, o artigo tem foco na indústria fonográfica brasileira em seus primeiros estágios de desenvolvimento. Busca-se problematizá-la como um lugar de fixação e reverberação de representações sonoras raciais e étnicas, materializadas em fonogramas de 78 rotações gravados nas primeiras quatro décadas do século XX por cantores, músicos e compositores negros. Argumenta-se que a dinâmica de incorporação desses músicos no sistema de entretenimento alimentado pelas indústrias fonográficas do período passava necessariamente pela exploração de estereótipos em que elementos como etnicidade, comicidade, sensualidade, primitivismo e exotismo exerciam papel central, elaborados precedentemente em registros literários e musicais.