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Vestígios, fotografia e memória em Um copo de cólera, de Raduan Nassar
A partir da análise do capítulo “O esporro” da novela Um copo de cólera (1978), de Raduan Nassar, propõe-se uma reflexão sobre o instante em que o narrador-personagem, o chacareiro, aparenta dar-se por vencido após um violento embate verbal e físico com sua companheira, a jornalista. O personagem, em sua prostração, rememora uma fotografia familiar antiga, concentrando-se na imagem da matriarca e nas lições passadas por ela. A hipótese é a de que o rastro que a memória fotográfica lhe proporciona suscita ao chacareiro uma experiência aurática de um passado sem arestas. Foram resgatadas para o desenvolvimento crítico deste trabalho principalmente os conceitos benjaminianos de aura e rastro; as Teses VI e VII de Sobre o conceito de História (1940), conforme apresentadas por Löwy (2005) em “Aviso de incêndio”; e as contribuições dadas por Janz (2012), Gagnebin (2014) e Barthes (1984).