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O catolicismo popular brasileiro é um fenômeno muito mais complexo e ambíguo do que parece. É tanto expressão ideal-simbólico-ritual dos interesses das classes dominantes (alienação), quanto fonte e expressão de esperança e resistência das classes populares (libertação). Pressupondo essa complexidade e ambiguidade, descrita e analisada por vários autores, faremos algumas considerações de ordem histórico-teológicas sobre a versão libertadora do catolicismo popular brasileiro nas décadas de 1960-1980 (assunto). Trata-se de uma abordagem teológica (enfoque), circunscrita ao contexto da Igreja e da teologia da libertação na segunda metade do século XX (contexto). Começaremos retomando o processo de renovação eclesial, desencadeado pelo Concílio Vaticano II (1962-1965) e sua recepção criativa na América Latina a partir da Conferência de Medellín (1968). Falaremos das Comunidades Eclesiais de Base como expressão e fonte por excelência dessa renovação eclesial e de uma versão ou vertente libertadora do catolicismo popular brasileiro. E concluiremos com algumas considerações sobre o catolicismo da libertação no atual contexto socio-eclesial.