{"title":"20 世纪 30 年代至 2010 年代圣保罗市男女同性恋、双性恋、变性者和跨性别者的社交场所","authors":"Bruna Quintero, Andréa de Oliveira Tourinho","doi":"10.11606/issn.1980-4466.v18i35p39-68","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O século XXI tem intensificado a busca pelo resgate e valorização da reconstrução da memória de grupos sociais silenciados frente aos valores dominantes da sociedade de períodos anteriores, a fim de que as suas vivências sejam reconhecidas enquanto narrativas que compõem a história social. A pesquisa apresentada neste artigo buscou, nessa direção, identificar espaços de sociabilidade das identidades LGBTQIAP+ na cidade de São Paulo, no período compreendido entre o início do século XX e meados da década de 2010. Essa identificação fundamentou-se nas indicações espaciais constantes em referências bibliográficas sobre o tema, bem como em relatos de mídias diversas, que revelam a ocupação de áreas públicas e a apropriação de estabelecimentos de entretenimento noturno pelas referidas identidades. A partir disso, foram realizados os mapeamentos de lugares e deslocamentos espaciais das sociabilidades LGBTQIAP+, organizados por períodos históricos, sobre foto aérea do Google Earth, para a criação de uma base única de comparação. Foi possível constatar, então, uma concentração persistente de lugares de sociabilidade no chamado centro histórico, com uma expansão a sudoeste, considerando o seu fácil acesso e a construção, no tempo, de um espaço simbólico de diversidade social e de resistência, contrapondo-se a uma quase inexistente apropriação de espaço nas regiões periféricas. Fica evidente, assim, a dicotomia de dinâmicas de ocupação entre essas regiões devido às suas diferentes atividades, usos e tipo de usuários.","PeriodicalId":21242,"journal":{"name":"Revista CPC","volume":"33 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-07-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Lugares de sociabilidade LGBTQIAP+ na cidade de São Paulo entre as décadas de 1930 e 2010\",\"authors\":\"Bruna Quintero, Andréa de Oliveira Tourinho\",\"doi\":\"10.11606/issn.1980-4466.v18i35p39-68\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O século XXI tem intensificado a busca pelo resgate e valorização da reconstrução da memória de grupos sociais silenciados frente aos valores dominantes da sociedade de períodos anteriores, a fim de que as suas vivências sejam reconhecidas enquanto narrativas que compõem a história social. A pesquisa apresentada neste artigo buscou, nessa direção, identificar espaços de sociabilidade das identidades LGBTQIAP+ na cidade de São Paulo, no período compreendido entre o início do século XX e meados da década de 2010. Essa identificação fundamentou-se nas indicações espaciais constantes em referências bibliográficas sobre o tema, bem como em relatos de mídias diversas, que revelam a ocupação de áreas públicas e a apropriação de estabelecimentos de entretenimento noturno pelas referidas identidades. A partir disso, foram realizados os mapeamentos de lugares e deslocamentos espaciais das sociabilidades LGBTQIAP+, organizados por períodos históricos, sobre foto aérea do Google Earth, para a criação de uma base única de comparação. Foi possível constatar, então, uma concentração persistente de lugares de sociabilidade no chamado centro histórico, com uma expansão a sudoeste, considerando o seu fácil acesso e a construção, no tempo, de um espaço simbólico de diversidade social e de resistência, contrapondo-se a uma quase inexistente apropriação de espaço nas regiões periféricas. Fica evidente, assim, a dicotomia de dinâmicas de ocupação entre essas regiões devido às suas diferentes atividades, usos e tipo de usuários.\",\"PeriodicalId\":21242,\"journal\":{\"name\":\"Revista CPC\",\"volume\":\"33 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-07-31\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista CPC\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v18i35p39-68\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista CPC","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v18i35p39-68","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Lugares de sociabilidade LGBTQIAP+ na cidade de São Paulo entre as décadas de 1930 e 2010
O século XXI tem intensificado a busca pelo resgate e valorização da reconstrução da memória de grupos sociais silenciados frente aos valores dominantes da sociedade de períodos anteriores, a fim de que as suas vivências sejam reconhecidas enquanto narrativas que compõem a história social. A pesquisa apresentada neste artigo buscou, nessa direção, identificar espaços de sociabilidade das identidades LGBTQIAP+ na cidade de São Paulo, no período compreendido entre o início do século XX e meados da década de 2010. Essa identificação fundamentou-se nas indicações espaciais constantes em referências bibliográficas sobre o tema, bem como em relatos de mídias diversas, que revelam a ocupação de áreas públicas e a apropriação de estabelecimentos de entretenimento noturno pelas referidas identidades. A partir disso, foram realizados os mapeamentos de lugares e deslocamentos espaciais das sociabilidades LGBTQIAP+, organizados por períodos históricos, sobre foto aérea do Google Earth, para a criação de uma base única de comparação. Foi possível constatar, então, uma concentração persistente de lugares de sociabilidade no chamado centro histórico, com uma expansão a sudoeste, considerando o seu fácil acesso e a construção, no tempo, de um espaço simbólico de diversidade social e de resistência, contrapondo-se a uma quase inexistente apropriação de espaço nas regiões periféricas. Fica evidente, assim, a dicotomia de dinâmicas de ocupação entre essas regiões devido às suas diferentes atividades, usos e tipo de usuários.