{"title":"抢劫的情节","authors":"Itan Cruz","doi":"10.9771/aa.v0i66.48569","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente artigo analisa a trama originada pelo furto de uma carteira que pertencia a Franklin Dória, um promotor da cidade de Cachoeira, no Recôncavo da Bahia, em 1864. O principal suspeito, Lúcio, era escravizado da tia do promotor, tendo supostamente confiado a quantia subtraída – um conto e oitocentos mil réis – à sua própria tia, Petronilla, que teria usado o dinheiro para se alforriar, adquirir tecidos, joias em ouro e para agradar o seu amásio, Piranduba, um calafate livre apontado como cúmplice do delito. A pesquisa que segue, portanto, mostra como esse furto pode revelar os limites e fragilidades da política de domínio senhorial, evidenciando a agência das pessoas escravizadas. Para tanto, foram consultados: cartas íntimas, a literatura, um livro de memória, um inventário, relatos de viajantes, depoimentos, registros policiais, processos-crime, petições, legislações e assentamento de batismo.","PeriodicalId":163081,"journal":{"name":"Afro-Ásia","volume":"22 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-02-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"trama de um furto\",\"authors\":\"Itan Cruz\",\"doi\":\"10.9771/aa.v0i66.48569\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O presente artigo analisa a trama originada pelo furto de uma carteira que pertencia a Franklin Dória, um promotor da cidade de Cachoeira, no Recôncavo da Bahia, em 1864. O principal suspeito, Lúcio, era escravizado da tia do promotor, tendo supostamente confiado a quantia subtraída – um conto e oitocentos mil réis – à sua própria tia, Petronilla, que teria usado o dinheiro para se alforriar, adquirir tecidos, joias em ouro e para agradar o seu amásio, Piranduba, um calafate livre apontado como cúmplice do delito. A pesquisa que segue, portanto, mostra como esse furto pode revelar os limites e fragilidades da política de domínio senhorial, evidenciando a agência das pessoas escravizadas. Para tanto, foram consultados: cartas íntimas, a literatura, um livro de memória, um inventário, relatos de viajantes, depoimentos, registros policiais, processos-crime, petições, legislações e assentamento de batismo.\",\"PeriodicalId\":163081,\"journal\":{\"name\":\"Afro-Ásia\",\"volume\":\"22 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-02-03\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Afro-Ásia\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.9771/aa.v0i66.48569\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Afro-Ásia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.9771/aa.v0i66.48569","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
O presente artigo analisa a trama originada pelo furto de uma carteira que pertencia a Franklin Dória, um promotor da cidade de Cachoeira, no Recôncavo da Bahia, em 1864. O principal suspeito, Lúcio, era escravizado da tia do promotor, tendo supostamente confiado a quantia subtraída – um conto e oitocentos mil réis – à sua própria tia, Petronilla, que teria usado o dinheiro para se alforriar, adquirir tecidos, joias em ouro e para agradar o seu amásio, Piranduba, um calafate livre apontado como cúmplice do delito. A pesquisa que segue, portanto, mostra como esse furto pode revelar os limites e fragilidades da política de domínio senhorial, evidenciando a agência das pessoas escravizadas. Para tanto, foram consultados: cartas íntimas, a literatura, um livro de memória, um inventário, relatos de viajantes, depoimentos, registros policiais, processos-crime, petições, legislações e assentamento de batismo.