{"title":"不要想,去做!","authors":"Tiago Fortes","doi":"10.9771/rr.v1i39.45923","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Gostaria de discutir aqui o que me parece um dos termos mais frequentes em aulas de atuação – mas também em processos criativos –, uma expressão que usamos sem pensar, uma espécie de hábito gramatical. Trata-se do famoso não pensa, faz!, um exemplar linguístico ou modelo enunciativo emblemático da separação entre teoria e prática no teatro. Como se trata de uma moeda que circula automaticamente entre nós, algo que falamos sem pensar, é raro que algum usuário seu defenda aquilo que a sentença realmente diz. O mais frequente é que se explique: “você entendeu o que eu quis dizer”. Tentarei aqui, portanto, compreender o que se costuma querer dizer quando se diz a um ator: não pensa, faz!. Concluindo que ao ator se faz necessário pensar fazendo – ou fazer pensando –, será preciso mostrar em que sentido o conceito é parte constituinte de sua experiência.","PeriodicalId":471887,"journal":{"name":"Repertório","volume":"191 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-09-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Não pensa, faz!\",\"authors\":\"Tiago Fortes\",\"doi\":\"10.9771/rr.v1i39.45923\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Gostaria de discutir aqui o que me parece um dos termos mais frequentes em aulas de atuação – mas também em processos criativos –, uma expressão que usamos sem pensar, uma espécie de hábito gramatical. Trata-se do famoso não pensa, faz!, um exemplar linguístico ou modelo enunciativo emblemático da separação entre teoria e prática no teatro. Como se trata de uma moeda que circula automaticamente entre nós, algo que falamos sem pensar, é raro que algum usuário seu defenda aquilo que a sentença realmente diz. O mais frequente é que se explique: “você entendeu o que eu quis dizer”. Tentarei aqui, portanto, compreender o que se costuma querer dizer quando se diz a um ator: não pensa, faz!. Concluindo que ao ator se faz necessário pensar fazendo – ou fazer pensando –, será preciso mostrar em que sentido o conceito é parte constituinte de sua experiência.\",\"PeriodicalId\":471887,\"journal\":{\"name\":\"Repertório\",\"volume\":\"191 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-09-18\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Repertório\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.9771/rr.v1i39.45923\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Repertório","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.9771/rr.v1i39.45923","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Gostaria de discutir aqui o que me parece um dos termos mais frequentes em aulas de atuação – mas também em processos criativos –, uma expressão que usamos sem pensar, uma espécie de hábito gramatical. Trata-se do famoso não pensa, faz!, um exemplar linguístico ou modelo enunciativo emblemático da separação entre teoria e prática no teatro. Como se trata de uma moeda que circula automaticamente entre nós, algo que falamos sem pensar, é raro que algum usuário seu defenda aquilo que a sentença realmente diz. O mais frequente é que se explique: “você entendeu o que eu quis dizer”. Tentarei aqui, portanto, compreender o que se costuma querer dizer quando se diz a um ator: não pensa, faz!. Concluindo que ao ator se faz necessário pensar fazendo – ou fazer pensando –, será preciso mostrar em que sentido o conceito é parte constituinte de sua experiência.