Agatha de Oliveira Murena, Aline do Nascimento Pereira, Gustavo Luiz de Oliveira Evaristo, Letícia Gomes Dos Santos, Barbara Jacqueline Peres Barbosa, Tatiana Cossia, Monika Wernet, Allison Scholler de Castro Villas Boas
{"title":"巴西会阴切开术的实践","authors":"Agatha de Oliveira Murena, Aline do Nascimento Pereira, Gustavo Luiz de Oliveira Evaristo, Letícia Gomes Dos Santos, Barbara Jacqueline Peres Barbosa, Tatiana Cossia, Monika Wernet, Allison Scholler de Castro Villas Boas","doi":"10.25110/arqsaude.v27i9.2023-001","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O parto é um processo fisiológico e natural que pode ser vivenciado sem complexidades pelas parturientes e bebês. A violência obstétrica atinge mulheres em seu processo reprodutivo e ocorre entre os períodos de gestação, parto e puerpério. Ocorre pelo desrespeito a sua autonomia, seu corpo e seus processos reprodutivos, utilizando procedimentos cientificamente desnecessários, podendo ser praticada de forma física, verbal, psicológica, sexual e negligência da assistência. Objetivo: Identificar a ocorrência de episiotomias realizadas, suas principais indicações e quando essa prática se torna uma violência. Materiais e métodos: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, considerando a questão norteadora: a episiotomia se torna um evento necessário ou uma violência? Para tanto, a busca de artigos ocorreu por meio da biblioteca virtual de saúde (BVS), utilizando as bases de dados LILACS, MEDLINE e BDENF. Os critérios para inclusão dos artigos foram: publicações entre os anos 2018 e 2023, no idioma português e inglês. Foram excluídos desta pesquisa os artigos sem relação direta com o tema, dissertações/teses. Resultados/Discussão: Após analisar os 312 artigos encontrados e aplicar os filtros, constatou-se que 200 deles não possuíam relação com o tema em questão, restando assim, 112 artigos para leitura de título e resumo. Em seguida, foram excluídos mais 91 artigos por não abrangerem o escopo desta pesquisa, por estarem em duplicidade ou por se tratar de dissertações/teses, resultando em um total de 21 artigos selecionados para o estudo que destacaram: mulheres que passaram por procedimentos de intervenção como a episiotomia relataram sequelas, como dores e dificuldades em retomar as atividades sexuais. A prática adotada, deve ser realizada apenas em casos de distocia ou sofrimento fetal, com a autorização da parturiente. Mulheres submetidas à episiotomia, relatam dificuldades para realizar atividades diárias e habituais, comprometendo suas necessidades fisiológicas. Parturientes que tiveram acompanhamento adequado realizado pelo enfermeiro obstetra apresentaram menores taxas de realização de episiotomia, recuperação com maior índice de satisfação, ressaltando à importância da humanização do parto e redução de práticas desnecessárias para que o nascimento ocorra. As evidências apresentadas nesta revisão apoiam a necessidade de uma reavaliação crítica das práticas de episiotomia. Orientações adequadas, treinamento e maior conscientização dos profissionais de saúde são essenciais para garantir que a episiotomia seja realizada de forma criteriosa, respeitando a fisiologia e a integridade do corpo da mulher. Além disso, a implementação de abordagens de atendimento humanizado e consentimento informado é crucial para reduzir a prevalência de episiotomias desnecessárias e minimizar potenciais efeitos negativos na qualidade de vida das mulheres. Cada vez mais a episiotomia é realizada sem levar em conta nenhum critério de indicação, não respeitando limites da fisiologia, do corpo da mulher e do processo do nascer, causando inúmeros malefícios. Considerações finais: Em síntese, as evidências apresentadas apoiam a necessidade de uma reavaliação crítica na adoção da prática da episiotomia, que perpassa pela formação, capacitação e educação permanente dos profissionais que assistem a mulher durante o parto. Orientações adequadas, treinamento e maior conscientização dos profissionais de saúde são essenciais para garantir que a episiotomia seja realizada de forma criteriosa, respeitando a fisiologia e a integridade do corpo da mulher.","PeriodicalId":55731,"journal":{"name":"Arquivos de Ciencias da Saude","volume":"115 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-09-06","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"A PRÁTICA DA EPISIOTOMIA NO BRASIL\",\"authors\":\"Agatha de Oliveira Murena, Aline do Nascimento Pereira, Gustavo Luiz de Oliveira Evaristo, Letícia Gomes Dos Santos, Barbara Jacqueline Peres Barbosa, Tatiana Cossia, Monika Wernet, Allison Scholler de Castro Villas Boas\",\"doi\":\"10.25110/arqsaude.v27i9.2023-001\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O parto é um processo fisiológico e natural que pode ser vivenciado sem complexidades pelas parturientes e bebês. 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O parto é um processo fisiológico e natural que pode ser vivenciado sem complexidades pelas parturientes e bebês. A violência obstétrica atinge mulheres em seu processo reprodutivo e ocorre entre os períodos de gestação, parto e puerpério. Ocorre pelo desrespeito a sua autonomia, seu corpo e seus processos reprodutivos, utilizando procedimentos cientificamente desnecessários, podendo ser praticada de forma física, verbal, psicológica, sexual e negligência da assistência. Objetivo: Identificar a ocorrência de episiotomias realizadas, suas principais indicações e quando essa prática se torna uma violência. Materiais e métodos: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, considerando a questão norteadora: a episiotomia se torna um evento necessário ou uma violência? Para tanto, a busca de artigos ocorreu por meio da biblioteca virtual de saúde (BVS), utilizando as bases de dados LILACS, MEDLINE e BDENF. Os critérios para inclusão dos artigos foram: publicações entre os anos 2018 e 2023, no idioma português e inglês. Foram excluídos desta pesquisa os artigos sem relação direta com o tema, dissertações/teses. Resultados/Discussão: Após analisar os 312 artigos encontrados e aplicar os filtros, constatou-se que 200 deles não possuíam relação com o tema em questão, restando assim, 112 artigos para leitura de título e resumo. Em seguida, foram excluídos mais 91 artigos por não abrangerem o escopo desta pesquisa, por estarem em duplicidade ou por se tratar de dissertações/teses, resultando em um total de 21 artigos selecionados para o estudo que destacaram: mulheres que passaram por procedimentos de intervenção como a episiotomia relataram sequelas, como dores e dificuldades em retomar as atividades sexuais. A prática adotada, deve ser realizada apenas em casos de distocia ou sofrimento fetal, com a autorização da parturiente. Mulheres submetidas à episiotomia, relatam dificuldades para realizar atividades diárias e habituais, comprometendo suas necessidades fisiológicas. Parturientes que tiveram acompanhamento adequado realizado pelo enfermeiro obstetra apresentaram menores taxas de realização de episiotomia, recuperação com maior índice de satisfação, ressaltando à importância da humanização do parto e redução de práticas desnecessárias para que o nascimento ocorra. As evidências apresentadas nesta revisão apoiam a necessidade de uma reavaliação crítica das práticas de episiotomia. Orientações adequadas, treinamento e maior conscientização dos profissionais de saúde são essenciais para garantir que a episiotomia seja realizada de forma criteriosa, respeitando a fisiologia e a integridade do corpo da mulher. Além disso, a implementação de abordagens de atendimento humanizado e consentimento informado é crucial para reduzir a prevalência de episiotomias desnecessárias e minimizar potenciais efeitos negativos na qualidade de vida das mulheres. Cada vez mais a episiotomia é realizada sem levar em conta nenhum critério de indicação, não respeitando limites da fisiologia, do corpo da mulher e do processo do nascer, causando inúmeros malefícios. Considerações finais: Em síntese, as evidências apresentadas apoiam a necessidade de uma reavaliação crítica na adoção da prática da episiotomia, que perpassa pela formação, capacitação e educação permanente dos profissionais que assistem a mulher durante o parto. Orientações adequadas, treinamento e maior conscientização dos profissionais de saúde são essenciais para garantir que a episiotomia seja realizada de forma criteriosa, respeitando a fisiologia e a integridade do corpo da mulher.