{"title":"流行病学监测","authors":"Ricardo Eufrásio, Fernando Lopes","doi":"10.14195/1647-7723_30-1_7","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"OO Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica monitoriza a ocorrência de doenças transmissíveis, contribuindo para a respetiva prevenção e controlo. Face às recentes alterações legislativas, as Unidades de Saúde Pública podem contribuir na operacionalização local do referido sistema. Neste contexto, considerou-se oportuno em colaboração com um hospital, realizar uma consultoria, visando esclarecer a subnotificação, identificar fatores de constrangimento, e desenvolver uma revisão sistemática multidisciplinar. Em 2015, realizou-se uma auditoria externa retrospetiva (2010-2014) relativa à notificação de 26 doenças listadas para o efeito. Determinaram-se as taxas de notificação dos casos identificados, correspondentes a residentes no Concelho B. Consultou-se informação referente aos grupos de diagnóstico homogéneo, registos laboratoriais, notificações, bem como a 717 registos clínicos referentes a casos de doença com resultados laboratoriais positivos ou duvidosos. Aplicou-se um inquérito por questionário a 26 médicos, para quantificar e compreender a subnotificação. Identificaram-se 289 casos referentes a 14 das 26 doenças auditadas. Observou-se no Concelho B uma taxa global de notificação de 34,6% (45/130). Os casos identificados de brucelose, doença de Lyme, febre Q, hepatite B e malária, não foram notificados. Entre os principais motivos para a subnotificação destaca-se a “burocracia” (53,8%). Alguns profissionais (15,8%) notificam apenas no momento da alta hospitalar. Pelo seu impacto, destacaram-se limitações relativas às opções de exames complementares de diagnóstico e à vigilância epidemiológica veterinária. É fundamental uma articulação multidisciplinar e complementar dos serviços de saúde pública com as demais instituições de saúde, visando contribuir para a saúde e bem-estar das populações.","PeriodicalId":31953,"journal":{"name":"Territorium Revista Portuguesa de riscos prevencao e seguranca","volume":"17 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-06-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Vigilância epidemiológica\",\"authors\":\"Ricardo Eufrásio, Fernando Lopes\",\"doi\":\"10.14195/1647-7723_30-1_7\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"OO Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica monitoriza a ocorrência de doenças transmissíveis, contribuindo para a respetiva prevenção e controlo. Face às recentes alterações legislativas, as Unidades de Saúde Pública podem contribuir na operacionalização local do referido sistema. Neste contexto, considerou-se oportuno em colaboração com um hospital, realizar uma consultoria, visando esclarecer a subnotificação, identificar fatores de constrangimento, e desenvolver uma revisão sistemática multidisciplinar. Em 2015, realizou-se uma auditoria externa retrospetiva (2010-2014) relativa à notificação de 26 doenças listadas para o efeito. Determinaram-se as taxas de notificação dos casos identificados, correspondentes a residentes no Concelho B. Consultou-se informação referente aos grupos de diagnóstico homogéneo, registos laboratoriais, notificações, bem como a 717 registos clínicos referentes a casos de doença com resultados laboratoriais positivos ou duvidosos. Aplicou-se um inquérito por questionário a 26 médicos, para quantificar e compreender a subnotificação. Identificaram-se 289 casos referentes a 14 das 26 doenças auditadas. Observou-se no Concelho B uma taxa global de notificação de 34,6% (45/130). Os casos identificados de brucelose, doença de Lyme, febre Q, hepatite B e malária, não foram notificados. Entre os principais motivos para a subnotificação destaca-se a “burocracia” (53,8%). Alguns profissionais (15,8%) notificam apenas no momento da alta hospitalar. Pelo seu impacto, destacaram-se limitações relativas às opções de exames complementares de diagnóstico e à vigilância epidemiológica veterinária. É fundamental uma articulação multidisciplinar e complementar dos serviços de saúde pública com as demais instituições de saúde, visando contribuir para a saúde e bem-estar das populações.\",\"PeriodicalId\":31953,\"journal\":{\"name\":\"Territorium Revista Portuguesa de riscos prevencao e seguranca\",\"volume\":\"17 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-06-29\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Territorium Revista Portuguesa de riscos prevencao e seguranca\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.14195/1647-7723_30-1_7\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Territorium Revista Portuguesa de riscos prevencao e seguranca","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.14195/1647-7723_30-1_7","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
OO Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica monitoriza a ocorrência de doenças transmissíveis, contribuindo para a respetiva prevenção e controlo. Face às recentes alterações legislativas, as Unidades de Saúde Pública podem contribuir na operacionalização local do referido sistema. Neste contexto, considerou-se oportuno em colaboração com um hospital, realizar uma consultoria, visando esclarecer a subnotificação, identificar fatores de constrangimento, e desenvolver uma revisão sistemática multidisciplinar. Em 2015, realizou-se uma auditoria externa retrospetiva (2010-2014) relativa à notificação de 26 doenças listadas para o efeito. Determinaram-se as taxas de notificação dos casos identificados, correspondentes a residentes no Concelho B. Consultou-se informação referente aos grupos de diagnóstico homogéneo, registos laboratoriais, notificações, bem como a 717 registos clínicos referentes a casos de doença com resultados laboratoriais positivos ou duvidosos. Aplicou-se um inquérito por questionário a 26 médicos, para quantificar e compreender a subnotificação. Identificaram-se 289 casos referentes a 14 das 26 doenças auditadas. Observou-se no Concelho B uma taxa global de notificação de 34,6% (45/130). Os casos identificados de brucelose, doença de Lyme, febre Q, hepatite B e malária, não foram notificados. Entre os principais motivos para a subnotificação destaca-se a “burocracia” (53,8%). Alguns profissionais (15,8%) notificam apenas no momento da alta hospitalar. Pelo seu impacto, destacaram-se limitações relativas às opções de exames complementares de diagnóstico e à vigilância epidemiológica veterinária. É fundamental uma articulação multidisciplinar e complementar dos serviços de saúde pública com as demais instituições de saúde, visando contribuir para a saúde e bem-estar das populações.