巴西针对LGB+人群的暴力:2019年全国健康调查分析

Q2 Medicine
Nádia Machado de Vasconcelos, Francielle Thalita Almeida Alves, Gisele Nepomuceno de Andrade, Isabella Vitral Pinto, Adauto Martins Soares Filho, Cimar Azeredo Pereira, Deborah Carvalho Malta
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摘要

摘要目的:分析巴西人群中自我认同的性取向与暴力之间的关系。方法:采用2019年全国卫生调查数据库进行横断面流行病学研究。我们分析了过去12个月的总暴力及其亚型(心理、身体和性)。根据巴西18岁以上人口的自我认同性取向,估计了患病率和优势比,其置信区间为95%。考虑5%的统计学显著性。结果:巴西人口主要是异性恋(94.75%),1.89%是LGB+。这一比例低于拒绝回答问题的受访者(2.28%)。巴西普通人群中暴力的患病率为18.27%,最常见的亚型是心理暴力(17.36%)。LGB+人群遭受任何形式暴力的可能性是前者的两倍多。LGB+女性在所有暴力亚型中患病率最高,而异性恋男性的患病率最低。与异性恋女性相比,LGB+女性遭受身体暴力的可能性是异性恋女性的三倍以上。与此同时,LGB+男性遭受性暴力的可能性几乎是异性恋男性的8倍。结论:针对LGB+人群的暴力在全国普遍存在。需要针对这一人群的公共政策,以对抗对性别多样性的偏见,并有可能保障非异性恋者的权利。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
Violência contra pessoas LGB+ no Brasil: análise da Pesquisa Nacional de Saúde 2019
RESUMO Objetivo: Analisar a associação entre a orientação sexual autoidentificada e a violência na população brasileira. Métodos: Estudo epidemiológico transversal que utilizou base de dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Analisaram-se a violência total e seus subtipos (psicológica, física e sexual) nos 12 meses anteriores. Estimou-se a prevalência e a odds ratio ajustada por faixa etária, com seus respectivos intervalos de confiança de 95%, segundo orientação sexual autoidentificada da população acima de 18 anos no Brasil. Considerou-se a significância estatística de 5%. Resultados: A população brasileira autoidentificou-se majoritariamente como heterossexual (94,75%), e 1,89% identificou-se como LGB+. Esse percentual foi inferior ao de entrevistados que se recusaram a responder à pergunta (2,28%). A prevalência da violência na população geral do Brasil foi de 18,27%, sendo o subtipo mais comum a violência psicológica (17,36%). A população LGB+ apresentou mais que o dobro de chances de sofrer qualquer tipo de violência. As mulheres LGB+ apresentaram as maiores prevalências de todos os subtipos de violência e os homens heterossexuais, as menores. Mulheres LGB+ tiveram mais de três vezes mais chances de sofrer violência física, comparadas às mulheres heterossexuais. Enquanto isso, homens LGB+ mostraram chances quase oito vezes maiores de sofrer violência sexual que os homens heterossexuais. Conclusão: A violência contra a população LGB+ apresentou alta prevalência no país. São necessárias políticas públicas voltadas a essa população para que se enfrente o preconceito contra a diversidade sexual e seja possível garantir os direitos das pessoas não heterossexuais.
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