M. Passos, Ariela Gomes de Melo, Renata Q Varella, Felipe Dinau Leal Passos, I. Rangel, Ricardo de Souza Carvalho, Julia Sampaio de Souza Morais, Lika Nishimori
{"title":"这是巴西先天性梅毒的悲哀写照。梅毒螺旋体胎盘片段聚合酶链反应阳性的病例报告","authors":"M. Passos, Ariela Gomes de Melo, Renata Q Varella, Felipe Dinau Leal Passos, I. Rangel, Ricardo de Souza Carvalho, Julia Sampaio de Souza Morais, Lika Nishimori","doi":"10.5327/dst-2177-8264-202133p290","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: Sífilis congênita é doença sinalizadora de falhas grosseiras no sistema de saúde pública. Objetivo: Relatar caso de sífilis congênita com análise com reação em cadeia da polimerase. Relato de caso: Gestante, 20 anos, G1 P0, atendida no Hospital Universitário de Vassouras (RJ) em trabalho de parto em 2/2/2020. O Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas (23/10/2019) foi reator 1:8 e FTA-Abs IgG + e IgM - (24/10/2019) sem tratamento para a sífilis. Mas a paciente mostrou Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas 1:1 do início da gestação. No início do pré-natal não fez teste rápido para sífilis por falta na Unidade Básica de Saúde, pois só tinha para vírus da imunodeficiência humana. Negou lesões genitais ou em pele. Em 2/2/2020 (internação), teve parto eutócico, com 35 semanas e 1 dia. O Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas da mãe, nesse dia, foi reator 1:32. O recém-nascido (feminino) possuía lesões em palmas das mãos, plantas dos pés e pele de pernas (fotos). O Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas do recém-nascido foi reator 1:32. Exames de liquor cefalorraquiano não mostraram neurossífilis. O recém-nascido foi tratado e permaneceu internado por 25 dias. Recebeu alta em bom estado. A histopatologia da placenta evidenciou infiltrado leucocitário polimorfonuclear e arteríolas exibindo infiltrado linfoplasmocitário da parede com quadro de corioamnionite aguda, deciduíte aguda e arterite linfoplasmocitária. O exame de biologia molecular com reação em cadeia da polimerase para Treponema pallidum de fragmento de placenta e de raspado de pele do recém-nascido foram positivos (foto). Embora a gestante tenha fornecido endereço do município da maternidade, após vários contatos por telefone e visita ao endereço declarado, detectamos que o pré-natal e o seu endereço fixo eram de outro município da região. A gestante fez pré-natal em Barra do Piraí (RJ) e em Japeri (RJ). Conclusão: Mesmo com pré-natal na rede pública ainda ocorrem casos de sífilis congênita hodiernos, mostrando falhas inaceitáveis de todo o sistema. Exame de FTA-Abs IgM nada agrega no diagnóstico. O acompanhamento da parceria sexual ainda é negligenciado.","PeriodicalId":350000,"journal":{"name":"Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Um triste retrato de sífilis congênita nos dias atuais no Brasil. 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Um triste retrato de sífilis congênita nos dias atuais no Brasil. Relato de caso com reação em cadeia da polimerase de fragmento de placenta positivo para Treponema pallidum
Introdução: Sífilis congênita é doença sinalizadora de falhas grosseiras no sistema de saúde pública. Objetivo: Relatar caso de sífilis congênita com análise com reação em cadeia da polimerase. Relato de caso: Gestante, 20 anos, G1 P0, atendida no Hospital Universitário de Vassouras (RJ) em trabalho de parto em 2/2/2020. O Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas (23/10/2019) foi reator 1:8 e FTA-Abs IgG + e IgM - (24/10/2019) sem tratamento para a sífilis. Mas a paciente mostrou Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas 1:1 do início da gestação. No início do pré-natal não fez teste rápido para sífilis por falta na Unidade Básica de Saúde, pois só tinha para vírus da imunodeficiência humana. Negou lesões genitais ou em pele. Em 2/2/2020 (internação), teve parto eutócico, com 35 semanas e 1 dia. O Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas da mãe, nesse dia, foi reator 1:32. O recém-nascido (feminino) possuía lesões em palmas das mãos, plantas dos pés e pele de pernas (fotos). O Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas do recém-nascido foi reator 1:32. Exames de liquor cefalorraquiano não mostraram neurossífilis. O recém-nascido foi tratado e permaneceu internado por 25 dias. Recebeu alta em bom estado. A histopatologia da placenta evidenciou infiltrado leucocitário polimorfonuclear e arteríolas exibindo infiltrado linfoplasmocitário da parede com quadro de corioamnionite aguda, deciduíte aguda e arterite linfoplasmocitária. O exame de biologia molecular com reação em cadeia da polimerase para Treponema pallidum de fragmento de placenta e de raspado de pele do recém-nascido foram positivos (foto). Embora a gestante tenha fornecido endereço do município da maternidade, após vários contatos por telefone e visita ao endereço declarado, detectamos que o pré-natal e o seu endereço fixo eram de outro município da região. A gestante fez pré-natal em Barra do Piraí (RJ) e em Japeri (RJ). Conclusão: Mesmo com pré-natal na rede pública ainda ocorrem casos de sífilis congênita hodiernos, mostrando falhas inaceitáveis de todo o sistema. Exame de FTA-Abs IgM nada agrega no diagnóstico. O acompanhamento da parceria sexual ainda é negligenciado.