Percurso artístico coletivo: o caso da revista Guapa

Durante o período pandêmico decorrente da Covid-19 (2020-2022), pessoas de distintos lugares do Brasil puderam se reunir de maneira remota para dialogar, refletir e produzir livros de artista no curso on-line “Dobras de si”. A primeira versão do curso foi tão estimulante que, após o término das aulas, alguns participantes resolveram continuar juntos para pesquisar e produzir livros de artista. Surgia o grupo Guapa, que, para manter a vivacidade da produção criativa, criou uma revista de artista com periodicidade semestral. Em um amistoso banquete de ideias, os artistas oferecem um diálogo produtivo e coletivo que potencializa as percepções individuais. Para o desenvolvimento deste artigo, acessaram-se os documentos de registro do processo criativo para a manufatura das páginas da revista que os artistas compartilham entre o grupo, com o propósito de agregar informação à metodologia de produção. Assim, corrobora-se o pensamento de Salles de que o processo faz parte da história da obra e, por isso, deve ser contemplado, mesmo que seja transitório. Textos de outros estudiosos do processo criativo, como Ostrower, também foram consultados. A discussão final é sobre o resultado de um percurso coletivo que preserva a produção artística individual, mas, sobretudo, o aproveitamento de um processo criativo realizado em conjunto e em diálogo, elementos fundamentais para a concretização da revista.