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A militância pelo afeto: táticas femininas para enganar perpetradores durante a ditadura civil-militar brasileira (1964-1984)
O artigo trata da militância de mulheres, na cidade de Osasco/SP, Brasil, durante a ditadura civil-militar. Entre os anos de 2005 e 2012 foram realizadas entrevistas com mulheres que atuaram entre a guerrilha e o espaco domestico. Sem que essas mulheres possuissem envolvimento politico com movimento estudantil ou sindical e sem militância na guerrilha, contaram como as prisoes de seus entes queridos afetaram suas vidas e o espaco domestico. Movidas pelo afeto, pela vontade de defender a vida de amigos e familiares, presos e torturados, elas desenvolveram formas inovadoras para conseguir atender os seus objetivos, desde defender suas casas, esconder material da guerrilha e provas, visitar os presos e garantir a comunicacao entre eles e suas familias. Atuaram, tambem, na luta pela anistia. Movidas pela paixao, demonstraram que a militância pode ser subversiva de muitas formas, inclusive utilizando estigmas morais em torno de representacoes femininas para criar praticas de resistencia.