{"title":"军事独裁时期的政治失踪者、乌托邦和艺术:迈克尔·瓦赫曼(MICHAEL WAHRMANN)和贝纳多·库钦斯基(BERNARDO KUCINSKI)的《阿凡提·波波洛的三起死亡》(AVANTI POPOLO)","authors":"Weverson Dadalto, F. S. P. Trefzger","doi":"10.22456/2594-8962.117164","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O romance K., de Bernardo Kucinski (2011), e o filme Avanti popolo, dirigido por Michael Wahrmann (2012), tematizam os desaparecimentos de militantes políticos durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985); o trauma consequente desses crimes afeta não só os familiares das vítimas, mas também toda a sociedade brasileira, que ainda não elaborou seu passado violento. Tanto o escritor quanto o cineasta associam essas histórias de violência ao declínio das utopias e aos limites da representação artística no relato de situações traumáticas. Este ensaio estabelece, nesse viés, uma aproximação entre as duas obras selecionadas para análise, observando especialmente os recursos formais empregados por ambas para a expressão do sofrimento causado pela ditadura. Também são investigados os sentidos das reflexões metalinguísticas e das relações intertextuais identificadas no filme e no livro. A partir de textos crítico-teóricos de Janaína de Almeida Teles (2010, 2012), Bernardo Kucinski (2001, 2013), Jaime Ginzburg (2017) e Jeanne Marie Gagnebin (2009), entre outros, este estudo também aponta como K. e Avanti popolo provocam a sociedade brasileira a rememorar seu passado autoritário e a discutir as consequências do esquecimento da barbárie nas relações sociopolíticas contemporâneas.","PeriodicalId":126634,"journal":{"name":"Revista Conexão Letras","volume":"172 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-01-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"OS DESAPARECIDOS POLÍTICOS DA DITADURA MILITAR, AS UTOPIAS E A ARTE: TRÊS MORTES EM AVANTI POPOLO, DE MICHAEL WAHRMANN, E K., DE BERNARDO KUCINSKI\",\"authors\":\"Weverson Dadalto, F. S. P. Trefzger\",\"doi\":\"10.22456/2594-8962.117164\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O romance K., de Bernardo Kucinski (2011), e o filme Avanti popolo, dirigido por Michael Wahrmann (2012), tematizam os desaparecimentos de militantes políticos durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985); o trauma consequente desses crimes afeta não só os familiares das vítimas, mas também toda a sociedade brasileira, que ainda não elaborou seu passado violento. Tanto o escritor quanto o cineasta associam essas histórias de violência ao declínio das utopias e aos limites da representação artística no relato de situações traumáticas. Este ensaio estabelece, nesse viés, uma aproximação entre as duas obras selecionadas para análise, observando especialmente os recursos formais empregados por ambas para a expressão do sofrimento causado pela ditadura. Também são investigados os sentidos das reflexões metalinguísticas e das relações intertextuais identificadas no filme e no livro. A partir de textos crítico-teóricos de Janaína de Almeida Teles (2010, 2012), Bernardo Kucinski (2001, 2013), Jaime Ginzburg (2017) e Jeanne Marie Gagnebin (2009), entre outros, este estudo também aponta como K. e Avanti popolo provocam a sociedade brasileira a rememorar seu passado autoritário e a discutir as consequências do esquecimento da barbárie nas relações sociopolíticas contemporâneas.\",\"PeriodicalId\":126634,\"journal\":{\"name\":\"Revista Conexão Letras\",\"volume\":\"172 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-01-20\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista Conexão Letras\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.22456/2594-8962.117164\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Conexão Letras","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22456/2594-8962.117164","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
OS DESAPARECIDOS POLÍTICOS DA DITADURA MILITAR, AS UTOPIAS E A ARTE: TRÊS MORTES EM AVANTI POPOLO, DE MICHAEL WAHRMANN, E K., DE BERNARDO KUCINSKI
O romance K., de Bernardo Kucinski (2011), e o filme Avanti popolo, dirigido por Michael Wahrmann (2012), tematizam os desaparecimentos de militantes políticos durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985); o trauma consequente desses crimes afeta não só os familiares das vítimas, mas também toda a sociedade brasileira, que ainda não elaborou seu passado violento. Tanto o escritor quanto o cineasta associam essas histórias de violência ao declínio das utopias e aos limites da representação artística no relato de situações traumáticas. Este ensaio estabelece, nesse viés, uma aproximação entre as duas obras selecionadas para análise, observando especialmente os recursos formais empregados por ambas para a expressão do sofrimento causado pela ditadura. Também são investigados os sentidos das reflexões metalinguísticas e das relações intertextuais identificadas no filme e no livro. A partir de textos crítico-teóricos de Janaína de Almeida Teles (2010, 2012), Bernardo Kucinski (2001, 2013), Jaime Ginzburg (2017) e Jeanne Marie Gagnebin (2009), entre outros, este estudo também aponta como K. e Avanti popolo provocam a sociedade brasileira a rememorar seu passado autoritário e a discutir as consequências do esquecimento da barbárie nas relações sociopolíticas contemporâneas.