{"title":"“亲切地接受和对待”:emilia DE JESUS COSTA托儿所在20世纪初葡萄牙工人背景下的儿童保育","authors":"Catarina Isabel Nogueira Caseiro Pereira","doi":"10.47820/acertte.v2i10.97","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Um balanço da literatura portuguesa é revelador das condições de pobreza e de insalubridade em que grande parte da população vivia na viragem do século XIX para o século XX, num contexto de aumento demográfico, concentração urbana e industrialização em novos modelos organizativos. De entre os grupos sociais, a população operária, entre a qual se encontravam mulheres trabalhadoras, enfrentava vários desafios à sua sobrevivência, pela vulnerabilidade que experienciava. A beneficência e a caridade, ligadas à prática religiosa e à salvação da alma, sendo herdeiras de séculos anteriores, continuam presentes no século XIX e XX. No lugar das Devesas, na freguesia de Santa Marinha, no coração de Vila Nova de Gaia (Norte de Portugal), Emília de Jesus Costa, esposa de um industrial da cerâmica da zona – António Almeida da Costa –, proprietária do Complexo Industrial da Fábrica de Cerâmica e de Fundição das Devesas, decidiu investir a sua herança na edificação de uma creche no cuidado da infância, procurando responder às necessidades da mão-de-obra que integrava a sua unidade industrial. A partir da consulta de diferentes fontes de informação foi possível reconstruir as dinâmicas de funcionamento e o dia-a-dia da creche, bem como traçar o perfil sociodemográfico das crianças, seres humanos que têm merecido menos atenção na historiografia portuguesa.","PeriodicalId":412396,"journal":{"name":"REVISTA CIENTÍFICA ACERTTE - ISSN 2763-8928","volume":"21 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-10-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"\\\"RECEBER E TRATAR CARINHOSAMENTE\\\": A CRECHE EMÍLIA DE JESUS COSTA NA ASSISTÊNCIA À INFÂNCIA EM CONTEXTO OPERÁRIO NO PORTUGAL DO INÍCIO DO SÉCULO XX\",\"authors\":\"Catarina Isabel Nogueira Caseiro Pereira\",\"doi\":\"10.47820/acertte.v2i10.97\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Um balanço da literatura portuguesa é revelador das condições de pobreza e de insalubridade em que grande parte da população vivia na viragem do século XIX para o século XX, num contexto de aumento demográfico, concentração urbana e industrialização em novos modelos organizativos. De entre os grupos sociais, a população operária, entre a qual se encontravam mulheres trabalhadoras, enfrentava vários desafios à sua sobrevivência, pela vulnerabilidade que experienciava. A beneficência e a caridade, ligadas à prática religiosa e à salvação da alma, sendo herdeiras de séculos anteriores, continuam presentes no século XIX e XX. No lugar das Devesas, na freguesia de Santa Marinha, no coração de Vila Nova de Gaia (Norte de Portugal), Emília de Jesus Costa, esposa de um industrial da cerâmica da zona – António Almeida da Costa –, proprietária do Complexo Industrial da Fábrica de Cerâmica e de Fundição das Devesas, decidiu investir a sua herança na edificação de uma creche no cuidado da infância, procurando responder às necessidades da mão-de-obra que integrava a sua unidade industrial. A partir da consulta de diferentes fontes de informação foi possível reconstruir as dinâmicas de funcionamento e o dia-a-dia da creche, bem como traçar o perfil sociodemográfico das crianças, seres humanos que têm merecido menos atenção na historiografia portuguesa.\",\"PeriodicalId\":412396,\"journal\":{\"name\":\"REVISTA CIENTÍFICA ACERTTE - ISSN 2763-8928\",\"volume\":\"21 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-10-05\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"REVISTA CIENTÍFICA ACERTTE - ISSN 2763-8928\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.47820/acertte.v2i10.97\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"REVISTA CIENTÍFICA ACERTTE - ISSN 2763-8928","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.47820/acertte.v2i10.97","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
"RECEBER E TRATAR CARINHOSAMENTE": A CRECHE EMÍLIA DE JESUS COSTA NA ASSISTÊNCIA À INFÂNCIA EM CONTEXTO OPERÁRIO NO PORTUGAL DO INÍCIO DO SÉCULO XX
Um balanço da literatura portuguesa é revelador das condições de pobreza e de insalubridade em que grande parte da população vivia na viragem do século XIX para o século XX, num contexto de aumento demográfico, concentração urbana e industrialização em novos modelos organizativos. De entre os grupos sociais, a população operária, entre a qual se encontravam mulheres trabalhadoras, enfrentava vários desafios à sua sobrevivência, pela vulnerabilidade que experienciava. A beneficência e a caridade, ligadas à prática religiosa e à salvação da alma, sendo herdeiras de séculos anteriores, continuam presentes no século XIX e XX. No lugar das Devesas, na freguesia de Santa Marinha, no coração de Vila Nova de Gaia (Norte de Portugal), Emília de Jesus Costa, esposa de um industrial da cerâmica da zona – António Almeida da Costa –, proprietária do Complexo Industrial da Fábrica de Cerâmica e de Fundição das Devesas, decidiu investir a sua herança na edificação de uma creche no cuidado da infância, procurando responder às necessidades da mão-de-obra que integrava a sua unidade industrial. A partir da consulta de diferentes fontes de informação foi possível reconstruir as dinâmicas de funcionamento e o dia-a-dia da creche, bem como traçar o perfil sociodemográfico das crianças, seres humanos que têm merecido menos atenção na historiografia portuguesa.