蠕虫对苯并咪唑的耐药性:文献综述。

Éverton Chaves Correia Filho, L. C. Costa
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Foram encontrados 439 artigos, dos quais 9, realizados entre os anos de 2010 a 2022, foram selecionados. Resultados: Estudos demonstram que benzimidazólicos agem na ligação à proteína β-tubulina, subunidade de microtúbulos, estruturas responsáveis pela homeostase celular. Dessa forma, estes sofrem encurtamento, resultando na morte celular do parasita. Todavia, após a descoberta de resistência à medicação em animais, questionou-se a presença de helmintos resistentes adrogas em humanos. Pesquisas feitas através de qPCR comprovaram a influência de fatores genéticos e ambientais na resistência parasitária. Com isso, foi identificado um polimorfismo de nucleotídeo único, nos códons 167, 198 e 200 do gene da β-tubulina, responsáveis por alterações celulares, impedindo a associação de benzimidazólicos ao sítio de ligação desta proteína. Ademais, o número de helmintos de vida livre, sensíveis à medicação, diminui a cada administração errônea de drogas, dosagens em curto período de tempo, e ao clima quente e seco, selecionando parasitas resistentes. Estudos brasileiros e australianos mostraram que A. lumbricoides, N. americanus e T. trichiura são os helmintos com maior prevalência de cepas resistentes. Entretanto, os benzimidazólicos conseguiram eliminar a maioria desses vermes. Conclusão: Comprovou se a existência de helmintos resistentes aos benzimidazólicos. 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摘要

导言:2010年,全世界记录了大约10亿例由蠕虫引起的疾病。因此,世界卫生组织(世卫组织)建议定期化学预防作为蠕虫病的预防性治疗。使用的主要药物类别是苯并咪唑驱虫剂,它已被证明对治疗蠕虫有效,但在某些情况下潜力有限。因此,人们提出了一种假设,即长期接触这些药物将能够选择更耐药的蠕虫。目的:1)了解苯并咪唑的作用机制;2)调查是否存在耐药性。材料与方法:本研究是在PubMed数据库中检索“耐药”、“蠕虫”和“苯并咪唑”等关键词的文献综述。共发现439篇文章,其中9篇是在2010年至2022年期间发表的。结果:研究表明,苯并咪唑与负责细胞稳态的微管亚基β-微管蛋白结合。因此,它们被缩短,导致寄生虫的细胞死亡。然而,在动物中发现耐药后,人类中是否存在耐药蠕虫受到了质疑。通过qPCR进行的研究证实了遗传和环境因素对寄生虫抗性的影响。因此,在β-微管蛋白基因的167,198和200密码子中发现了一个独特的核苷酸多态性,负责细胞改变,阻止苯并咪唑与该蛋白结合位点的结合。此外,对药物敏感的自由生活蠕虫的数量随着每次错误的药物给药、短时间内的剂量和炎热干燥的天气而减少,选择耐药寄生虫。巴西和澳大利亚的研究表明,lumbricoides、N. americanus和T. trichiura是耐药菌株流行率最高的蠕虫。然而,苯并咪唑成功地消灭了大多数这些蠕虫。结论:证实存在对苯并咪唑耐药的蠕虫。然而,它们的流行率仍然很低,这是未来几年的公共卫生问题,因为耐药菌株的数量随着错误用药和寄生虫本身的基因突变而增加。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
RESISTÊNCIA DE HELMINTOS AOS BENZIMIDAZÓLICOS: UMAREVISÃO DE LITERATURA.
Introdução: Em 2010, registrou-se cerca de 1 bilhão de casos de doenças causadas por helmintos no mundo. Diante disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) sugeriu a quimioprofilaxia periódica como tratamento preventivo de verminoses. A principal classe medicamentosa utilizada são os anti-helmínticos benzimidazólicos, que se mostraram eficazes no tratamento de verminoses, mas com potencial limitado em algunscasos. Logo, surgiu a hipótese de que uma exposição prolongada a tais drogas seria capaz de selecionar helmintos mais resistentes. Objetivos: 1) Compreender o mecanismo de ação dos benzimidazólicos; 2) Investigar a presença de resistência à medicação. Material e métodos: O presente estudo é uma revisão de literatura realizadamediante a busca pelos descritores “drugs resistance”, “helminths” e “benzimidazole”, na base de dados PubMed. Foram encontrados 439 artigos, dos quais 9, realizados entre os anos de 2010 a 2022, foram selecionados. Resultados: Estudos demonstram que benzimidazólicos agem na ligação à proteína β-tubulina, subunidade de microtúbulos, estruturas responsáveis pela homeostase celular. Dessa forma, estes sofrem encurtamento, resultando na morte celular do parasita. Todavia, após a descoberta de resistência à medicação em animais, questionou-se a presença de helmintos resistentes adrogas em humanos. Pesquisas feitas através de qPCR comprovaram a influência de fatores genéticos e ambientais na resistência parasitária. Com isso, foi identificado um polimorfismo de nucleotídeo único, nos códons 167, 198 e 200 do gene da β-tubulina, responsáveis por alterações celulares, impedindo a associação de benzimidazólicos ao sítio de ligação desta proteína. Ademais, o número de helmintos de vida livre, sensíveis à medicação, diminui a cada administração errônea de drogas, dosagens em curto período de tempo, e ao clima quente e seco, selecionando parasitas resistentes. Estudos brasileiros e australianos mostraram que A. lumbricoides, N. americanus e T. trichiura são os helmintos com maior prevalência de cepas resistentes. Entretanto, os benzimidazólicos conseguiram eliminar a maioria desses vermes. Conclusão: Comprovou se a existência de helmintos resistentes aos benzimidazólicos. Contudo, a prevalência dos mesmos ainda é baixa, sendo uma preocupação de saúde pública para os próximos anos, visto que o número de cepas resistentes aumenta com a administração errada de drogas e com mutações genéticas dos próprios parasitas.
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