{"title":"民族主义:回归基本","authors":"Isabel Maria Estrada Carvalhais","doi":"10.23906/RI2019.62A02","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"portuguesNum tempo em que se busca a compreensao das razoes sociologicas, historicas, politicas, entre outras, que possam explicar a emergencia de novas formas de naciona‑ lismo, parece-nos oportuno fazer uma reflexao, ainda que necessariamente breve e incompleta, em torno do conceito de nacionalismo. Assim, este artigo propoe revisitar alguns autores que tem ajudado a construir a leitura academica sobre o fenomeno do nacionalismo. Parece-nos util esta invoca‑ cao, na medida em que com frequencia se fala de novas formas sem que simultaneamente fique claro qual o feno‑ meno relativamente ao qual aquelas serao efetivamente «novas». Revisitamos as teses modernistas e primordialistas, naqueles que sao os seus contornos essenciais, para concluir que ambos os conjuntos apresentam debilidades no modo como interpretam o nacionalismo, colocando-o ora excessivamente na posicao de artefacto ideo‑ logico do Estado moderno, ora na posicao de resposta natural do individuo no processo de construcao e reco‑ nhecimento da sua identidade coletiva. Todavia, e nas teses primordialistas que radica o maior desafio, pois a sua naturalizacao do nacionalismo resulta numa legitimacao deste por via de uma suposta inevitabilidade biologica. EnglishAt a time when we seek to understand the reasons, whether sociological, historical, political or others, that may explain the emergence of new forms of nationalism, it seems opportune to reflect, albeit necessarily brief and incomplete, on the concept of nationalism. This article proposes to revisit some authors who have helped to build the academic reading on the phenomenon of nationalism. This invocation seems useful, as talking about new forms of nationalism is not necessarily followed by a clear idea of what phenomenon they are actually ‘new’ to. We revisit the modernist and primordialist theses, in what are their essential contours, to conclude that both sets have weaknesses in the way they interpret nationalism, sometimes placing it excessively in the position of ideological artifact of the modern state, sometimes in the position of a natural response of individuals in the process of construction and recognition of their collective identity. However, it is in the primordialist theses that the greatest challenge lies, since the naturalization of nationalism they imply results in its legitimation by means of a supposed biological inevitability","PeriodicalId":351727,"journal":{"name":"Relações Internacionais","volume":"13 9","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-06-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Nacionalismo: Back to basics\",\"authors\":\"Isabel Maria Estrada Carvalhais\",\"doi\":\"10.23906/RI2019.62A02\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"portuguesNum tempo em que se busca a compreensao das razoes sociologicas, historicas, politicas, entre outras, que possam explicar a emergencia de novas formas de naciona‑ lismo, parece-nos oportuno fazer uma reflexao, ainda que necessariamente breve e incompleta, em torno do conceito de nacionalismo. Assim, este artigo propoe revisitar alguns autores que tem ajudado a construir a leitura academica sobre o fenomeno do nacionalismo. Parece-nos util esta invoca‑ cao, na medida em que com frequencia se fala de novas formas sem que simultaneamente fique claro qual o feno‑ meno relativamente ao qual aquelas serao efetivamente «novas». Revisitamos as teses modernistas e primordialistas, naqueles que sao os seus contornos essenciais, para concluir que ambos os conjuntos apresentam debilidades no modo como interpretam o nacionalismo, colocando-o ora excessivamente na posicao de artefacto ideo‑ logico do Estado moderno, ora na posicao de resposta natural do individuo no processo de construcao e reco‑ nhecimento da sua identidade coletiva. Todavia, e nas teses primordialistas que radica o maior desafio, pois a sua naturalizacao do nacionalismo resulta numa legitimacao deste por via de uma suposta inevitabilidade biologica. EnglishAt a time when we seek to understand the reasons, whether sociological, historical, political or others, that may explain the emergence of new forms of nationalism, it seems opportune to reflect, albeit necessarily brief and incomplete, on the concept of nationalism. This article proposes to revisit some authors who have helped to build the academic reading on the phenomenon of nationalism. This invocation seems useful, as talking about new forms of nationalism is not necessarily followed by a clear idea of what phenomenon they are actually ‘new’ to. We revisit the modernist and primordialist theses, in what are their essential contours, to conclude that both sets have weaknesses in the way they interpret nationalism, sometimes placing it excessively in the position of ideological artifact of the modern state, sometimes in the position of a natural response of individuals in the process of construction and recognition of their collective identity. However, it is in the primordialist theses that the greatest challenge lies, since the naturalization of nationalism they imply results in its legitimation by means of a supposed biological inevitability\",\"PeriodicalId\":351727,\"journal\":{\"name\":\"Relações Internacionais\",\"volume\":\"13 9\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2019-06-01\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Relações Internacionais\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.23906/RI2019.62A02\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Relações Internacionais","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.23906/RI2019.62A02","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
portuguesNum tempo em que se busca a compreensao das razoes sociologicas, historicas, politicas, entre outras, que possam explicar a emergencia de novas formas de naciona‑ lismo, parece-nos oportuno fazer uma reflexao, ainda que necessariamente breve e incompleta, em torno do conceito de nacionalismo. Assim, este artigo propoe revisitar alguns autores que tem ajudado a construir a leitura academica sobre o fenomeno do nacionalismo. Parece-nos util esta invoca‑ cao, na medida em que com frequencia se fala de novas formas sem que simultaneamente fique claro qual o feno‑ meno relativamente ao qual aquelas serao efetivamente «novas». Revisitamos as teses modernistas e primordialistas, naqueles que sao os seus contornos essenciais, para concluir que ambos os conjuntos apresentam debilidades no modo como interpretam o nacionalismo, colocando-o ora excessivamente na posicao de artefacto ideo‑ logico do Estado moderno, ora na posicao de resposta natural do individuo no processo de construcao e reco‑ nhecimento da sua identidade coletiva. Todavia, e nas teses primordialistas que radica o maior desafio, pois a sua naturalizacao do nacionalismo resulta numa legitimacao deste por via de uma suposta inevitabilidade biologica. EnglishAt a time when we seek to understand the reasons, whether sociological, historical, political or others, that may explain the emergence of new forms of nationalism, it seems opportune to reflect, albeit necessarily brief and incomplete, on the concept of nationalism. This article proposes to revisit some authors who have helped to build the academic reading on the phenomenon of nationalism. This invocation seems useful, as talking about new forms of nationalism is not necessarily followed by a clear idea of what phenomenon they are actually ‘new’ to. We revisit the modernist and primordialist theses, in what are their essential contours, to conclude that both sets have weaknesses in the way they interpret nationalism, sometimes placing it excessively in the position of ideological artifact of the modern state, sometimes in the position of a natural response of individuals in the process of construction and recognition of their collective identity. However, it is in the primordialist theses that the greatest challenge lies, since the naturalization of nationalism they imply results in its legitimation by means of a supposed biological inevitability