{"title":"民主政治情感和激情:托克维尔读者的安萨特","authors":"M. S. Bresciani","doi":"10.5380/his.v70i2.84910","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"As instituições democráticas são, sem dúvida, um tema candente e atual. Tema controverso, perpassa os debates políticos em todas as mídias, acirra as controvérsias sobre seus fundamentos, faz com que os embates resvalem rapidamente dos argumentos racionais para os mecanismos da persuasão. Signos sensíveis e figuras de linguagem, em particular metáforas, acionam os imaginários políticos ao substituírem ideias por imagens e os argumentos por apelos emocionais. As reflexões de Pierre Ansart sobre as “paixões políticas democráticas”, presentes em Les cliniens des passions politiques, publicado em 1997, retomadas em Quatre leçons de Philosophie sur les passions politiques, artigo de 2002, me estimularam a reler De la Démocratie en Amérique, de Alexis de Tocqueville, publicado em dois tomos em 1835 e 1840. Neste ensaio, busco colocar as reflexões de Ansart entre as de contemporâneos seus, Lefort e Catoriadis, que frente ao desmonte da URSS, nos anos 1980 e 1990, buscaram responder a indagações comuns sobre os desafios colocados às democracias. Por ser Tocqueville em De la Démocratie en Amérique referência comum a eles penso ser importante indagar qual o legado intelectual deixado por Tocqueville, cujos escritos trazem como subtema as tensões de um período político bastante conturbado na França dos anos 1830? Pode Tocqueville ser definido como analista crítico das paixões políticas? Suas observações sobre as instituições republicanas dos Estados Unidos permitiram, certamente, compor um campo conceitual sobre o poder das paixões na política, mas teriam consistência para permitir indagações sobre nossos desafios atuais?","PeriodicalId":426542,"journal":{"name":"História: Questões & Debates","volume":"37 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-08-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Sensibilidades e paixões políticas democráticas: Ansart entre leitores de Tocqueville\",\"authors\":\"M. S. Bresciani\",\"doi\":\"10.5380/his.v70i2.84910\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"As instituições democráticas são, sem dúvida, um tema candente e atual. Tema controverso, perpassa os debates políticos em todas as mídias, acirra as controvérsias sobre seus fundamentos, faz com que os embates resvalem rapidamente dos argumentos racionais para os mecanismos da persuasão. Signos sensíveis e figuras de linguagem, em particular metáforas, acionam os imaginários políticos ao substituírem ideias por imagens e os argumentos por apelos emocionais. As reflexões de Pierre Ansart sobre as “paixões políticas democráticas”, presentes em Les cliniens des passions politiques, publicado em 1997, retomadas em Quatre leçons de Philosophie sur les passions politiques, artigo de 2002, me estimularam a reler De la Démocratie en Amérique, de Alexis de Tocqueville, publicado em dois tomos em 1835 e 1840. Neste ensaio, busco colocar as reflexões de Ansart entre as de contemporâneos seus, Lefort e Catoriadis, que frente ao desmonte da URSS, nos anos 1980 e 1990, buscaram responder a indagações comuns sobre os desafios colocados às democracias. Por ser Tocqueville em De la Démocratie en Amérique referência comum a eles penso ser importante indagar qual o legado intelectual deixado por Tocqueville, cujos escritos trazem como subtema as tensões de um período político bastante conturbado na França dos anos 1830? Pode Tocqueville ser definido como analista crítico das paixões políticas? Suas observações sobre as instituições republicanas dos Estados Unidos permitiram, certamente, compor um campo conceitual sobre o poder das paixões na política, mas teriam consistência para permitir indagações sobre nossos desafios atuais?\",\"PeriodicalId\":426542,\"journal\":{\"name\":\"História: Questões & Debates\",\"volume\":\"37 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-08-28\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"História: Questões & Debates\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.5380/his.v70i2.84910\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"História: Questões & Debates","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5380/his.v70i2.84910","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
摘要
民主制度无疑是一个热门话题。这是一个有争议的话题,渗透到所有媒体的政治辩论中,加剧了关于其基础的争议,使冲突迅速从理性的论点滑向说服机制。敏感的符号和比喻,特别是隐喻,通过用图像代替想法,用情感诉求代替论点,触发政治想象。皮埃尔Ansart反思民主政治的“梦想”,在开始cliniens这些激情供职,于1997年恢复,若leçons Philosophie苏尔莱斯2002年供职,激情,劝我重读在Amérique扫黑,亚历克西斯•德•托克维尔,于1835年和1840年的两卷。在这篇文章中,我试图将安萨特的反思与他的同时代人勒福特和卡托里亚迪斯的反思放在一起,他们在20世纪80年代和90年代面对苏联的解体,试图回答关于民主面临的挑战的共同问题。因为托克维尔在《De la democracy en amerique》中与他们有共同的参考,我认为调查托克维尔留下的知识遗产是很重要的,他的作品把19世纪30年代法国动荡的政治时期的紧张局势作为副主题。托克维尔能被定义为政治激情的批判性分析家吗?你对美国共和党制度的观察无疑使我们能够构成一个关于政治激情力量的概念领域,但它们是否具有一致性,允许对我们当前的挑战进行调查?
Sensibilidades e paixões políticas democráticas: Ansart entre leitores de Tocqueville
As instituições democráticas são, sem dúvida, um tema candente e atual. Tema controverso, perpassa os debates políticos em todas as mídias, acirra as controvérsias sobre seus fundamentos, faz com que os embates resvalem rapidamente dos argumentos racionais para os mecanismos da persuasão. Signos sensíveis e figuras de linguagem, em particular metáforas, acionam os imaginários políticos ao substituírem ideias por imagens e os argumentos por apelos emocionais. As reflexões de Pierre Ansart sobre as “paixões políticas democráticas”, presentes em Les cliniens des passions politiques, publicado em 1997, retomadas em Quatre leçons de Philosophie sur les passions politiques, artigo de 2002, me estimularam a reler De la Démocratie en Amérique, de Alexis de Tocqueville, publicado em dois tomos em 1835 e 1840. Neste ensaio, busco colocar as reflexões de Ansart entre as de contemporâneos seus, Lefort e Catoriadis, que frente ao desmonte da URSS, nos anos 1980 e 1990, buscaram responder a indagações comuns sobre os desafios colocados às democracias. Por ser Tocqueville em De la Démocratie en Amérique referência comum a eles penso ser importante indagar qual o legado intelectual deixado por Tocqueville, cujos escritos trazem como subtema as tensões de um período político bastante conturbado na França dos anos 1830? Pode Tocqueville ser definido como analista crítico das paixões políticas? Suas observações sobre as instituições republicanas dos Estados Unidos permitiram, certamente, compor um campo conceitual sobre o poder das paixões na política, mas teriam consistência para permitir indagações sobre nossos desafios atuais?