A experiência do Banco Central do Brasil: como lidar com os desafios de estimular a inovação e a segurança nas operações financeiras digitais?

Otávio Damaso: O primeiro aspecto que a gente tem que reconhecer é que o sistema financeiro nacional sempre foi um dos principais segmentos da economia brasileira que investiu em inovação. Se olharmos o histórico do sistema financeiro, sempre houve muito investimento. Salvo engano, hoje é o setor econômico que mais investe em tecnologia. E, naturalmente, o BACEN sempre acompanhou o processo de regulação olhando esse aspecto também. A gente sempre apoiou a inovação no âmbito do sistema financeiro. O que diferencia, no meu ponto de vista, o que foi no passado do que tem acontecido atualmente, é o próprio advento das tecnologias que foram implementadas pelo sistema financeiro, a entrada de novos atores, principalmente as instituições de pagamento. Eu acho que também tem uma própria postura do BACEN em não só aceitar a inovação que estava vindo naturalmente do sistema financeiro, mas também de fomentá-la. Foi entre 2013 e 2014 que a gente começou a dar uma mudada na forma de encarar o processo de inovação.