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O nao-casamento tem marcado a existencia de mulheres em diferentes epocas e lugares. Exceto em contextos especificos de estimulo ao celibato, esta “condicao” tem sido recorrentemente representada como falta essencial, anomalia social, jamais um caminho escolhido ou projeto de vida que pode ser vivido positivamente. Sob a logica do familismo, que pressupoe o casamento e maternidade como lugares privilegiados de saude e felicidade, a mulher nao casada e nao mae e percebida como egoista, solitaria, infeliz, frustrada e insatisfeita, beirando a aberracao. Neste artigo reflito sobre a relacao entre maternidade como escolha e as convencoes sociais ou normas de genero que reputam as solteiras como menos que meia pessoa na escala de status social. O artigo e baseado em pesquisa realizada em uma metropole brasileira nos anos 2000.