Laura Uchôa Andrade, Raquel Aziz Batista, Gustavo de Oliveira Mota Maciel, E. Leite
{"title":"绝经后雄激素过多:病因学研究困难且罕见","authors":"Laura Uchôa Andrade, Raquel Aziz Batista, Gustavo de Oliveira Mota Maciel, E. Leite","doi":"10.5327/2965-0682-20212105","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"INTRODUÇÃO: Na pós-menopausa, o hiperandrogenismo é uma entidade extremamente rara e de etiologias variadas. A identificação desta é fundamental para orientar uma terapêutica adequada, cujos impactos positivos manifestar-se-ão na esfera orgânica e na social. RELATO DE CASO: Paciente feminina, 68 anos, procurou atendimento médico queixando-se de quadro lento e progressivo de hirsutismo e alopecia fronto-temporal. De histórico patológico, destacava-se a obesidade iniciada na pós-menopausa. Durante o menacme, tinha ciclos menstruais regulares, engravidou sem dificuldades e nunca apresentou sintomas de hiperandrogenismo. Ao laboratório, apresentou valores elevados de testosterona total (TT) e 17-OH-progesterona (17-OHP), apesar de SDHEA baixo e androstenediona normal. Os exames de imagem não identificaram alterações relevantes em órgãos abdominais ou pélvicos. DISCUSSÃO: No caso exposto, as etiologias neoplásicas e exógenas foram descartadas precocemente (por exames de imagem e história clínica, respectivamente). Os exames laboratoriais apresentaram resultados conflitantes, em que a TT elevada, aliada ao SDHEA baixo, sugeriu causas ovarianas (como a hipertecose), mas a 17-OHP elevada sugeriu hiperplasia congênita da suprarrenal não clássica (HCSRNC). A influência da obesidade para o quadro foi levada em consideração durante o acompanhamento. Para confirmação definitiva, seriam necessários: (1) o teste com análogo de GnRH, para a hipertecose; e (2) o teste de estímulo com ACTH, para a HCSRNC. Infelizmente, o seguimento com a paciente foi perdido e tais testes não foram realizados. CONCLUSÃO: Por tamanha raridade e diversidade etiológica, o hiperandrogenismo na pós-menopausa constitui um grande desafio na prática médica, fazendo-se essencial o conhecimento do seu fluxograma diagnóstico.","PeriodicalId":314953,"journal":{"name":"RAMB Revista da Associação Médica Brasileira Junior Doctors","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Hiperandrogenismo na pósmenopausa: raro e de difícil investigação etiológica\",\"authors\":\"Laura Uchôa Andrade, Raquel Aziz Batista, Gustavo de Oliveira Mota Maciel, E. Leite\",\"doi\":\"10.5327/2965-0682-20212105\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"INTRODUÇÃO: Na pós-menopausa, o hiperandrogenismo é uma entidade extremamente rara e de etiologias variadas. A identificação desta é fundamental para orientar uma terapêutica adequada, cujos impactos positivos manifestar-se-ão na esfera orgânica e na social. RELATO DE CASO: Paciente feminina, 68 anos, procurou atendimento médico queixando-se de quadro lento e progressivo de hirsutismo e alopecia fronto-temporal. De histórico patológico, destacava-se a obesidade iniciada na pós-menopausa. Durante o menacme, tinha ciclos menstruais regulares, engravidou sem dificuldades e nunca apresentou sintomas de hiperandrogenismo. Ao laboratório, apresentou valores elevados de testosterona total (TT) e 17-OH-progesterona (17-OHP), apesar de SDHEA baixo e androstenediona normal. Os exames de imagem não identificaram alterações relevantes em órgãos abdominais ou pélvicos. DISCUSSÃO: No caso exposto, as etiologias neoplásicas e exógenas foram descartadas precocemente (por exames de imagem e história clínica, respectivamente). Os exames laboratoriais apresentaram resultados conflitantes, em que a TT elevada, aliada ao SDHEA baixo, sugeriu causas ovarianas (como a hipertecose), mas a 17-OHP elevada sugeriu hiperplasia congênita da suprarrenal não clássica (HCSRNC). A influência da obesidade para o quadro foi levada em consideração durante o acompanhamento. Para confirmação definitiva, seriam necessários: (1) o teste com análogo de GnRH, para a hipertecose; e (2) o teste de estímulo com ACTH, para a HCSRNC. Infelizmente, o seguimento com a paciente foi perdido e tais testes não foram realizados. CONCLUSÃO: Por tamanha raridade e diversidade etiológica, o hiperandrogenismo na pós-menopausa constitui um grande desafio na prática médica, fazendo-se essencial o conhecimento do seu fluxograma diagnóstico.\",\"PeriodicalId\":314953,\"journal\":{\"name\":\"RAMB Revista da Associação Médica Brasileira Junior Doctors\",\"volume\":\"1 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"1900-01-01\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"RAMB Revista da Associação Médica Brasileira Junior Doctors\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.5327/2965-0682-20212105\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"RAMB Revista da Associação Médica Brasileira Junior Doctors","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5327/2965-0682-20212105","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Hiperandrogenismo na pósmenopausa: raro e de difícil investigação etiológica
INTRODUÇÃO: Na pós-menopausa, o hiperandrogenismo é uma entidade extremamente rara e de etiologias variadas. A identificação desta é fundamental para orientar uma terapêutica adequada, cujos impactos positivos manifestar-se-ão na esfera orgânica e na social. RELATO DE CASO: Paciente feminina, 68 anos, procurou atendimento médico queixando-se de quadro lento e progressivo de hirsutismo e alopecia fronto-temporal. De histórico patológico, destacava-se a obesidade iniciada na pós-menopausa. Durante o menacme, tinha ciclos menstruais regulares, engravidou sem dificuldades e nunca apresentou sintomas de hiperandrogenismo. Ao laboratório, apresentou valores elevados de testosterona total (TT) e 17-OH-progesterona (17-OHP), apesar de SDHEA baixo e androstenediona normal. Os exames de imagem não identificaram alterações relevantes em órgãos abdominais ou pélvicos. DISCUSSÃO: No caso exposto, as etiologias neoplásicas e exógenas foram descartadas precocemente (por exames de imagem e história clínica, respectivamente). Os exames laboratoriais apresentaram resultados conflitantes, em que a TT elevada, aliada ao SDHEA baixo, sugeriu causas ovarianas (como a hipertecose), mas a 17-OHP elevada sugeriu hiperplasia congênita da suprarrenal não clássica (HCSRNC). A influência da obesidade para o quadro foi levada em consideração durante o acompanhamento. Para confirmação definitiva, seriam necessários: (1) o teste com análogo de GnRH, para a hipertecose; e (2) o teste de estímulo com ACTH, para a HCSRNC. Infelizmente, o seguimento com a paciente foi perdido e tais testes não foram realizados. CONCLUSÃO: Por tamanha raridade e diversidade etiológica, o hiperandrogenismo na pós-menopausa constitui um grande desafio na prática médica, fazendo-se essencial o conhecimento do seu fluxograma diagnóstico.