{"title":"O Português medieval e o atual – Congelamento linguístico na Baixada Campista","authors":"M. P. Silva, V. D. A. L. E. Silva","doi":"10.25242/88766172016917","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente estudo busca investigar o modo pelo qual o educador pode interagir na desconstrucao dos preconceitos linguisticos, estimulando uma benefica provocacao a respeito das origens dos inumeros vocabulos no municipio de Campos dos Goytacazes(RJ), sobretudo na Baixada Campista. Percebe-se que nesta localidade ha uma intensa heranca vocabular de cunho medieval oriunda de diversos mecanismos que estao relacionados a fatores geograficos (consideravel isolamento espacial), ideologico (empecilho ao ensino regular) e historico(legado da colonizacao portuguesa). Dessa forma, para suporte da analise foi feito um recorte diacronico da lingua a fim de que houvesse um pleno entendimento da concretizacao linguistica de algumas variacoes recorrentes no mencionado local. Para tanto, houve um recuo ao passado para consultar o dicionario de Rafael Bluteau(seculo XVIII), obra inicial do processo de registro vocabular que colaborou na solidificacao da consciencia do portugues como lingua nacional. Retornamos ao presente para estabelecer comparacoes entre esses periodos. Apos examinar a citada obra lexicografica e compara-la com a linguagem da Baixada Campista, constatamos a presenca de um arcabouco lexical – pejorativamente cognominado de \"campistes\" – correlativo ao utilizado pela classe dominante no periodo medieval na Peninsula Iberica. Atraves dos resultados obtidos, foi elaborado um glossario levando em conta a mencionada analogia. Palavras-chave : preconceitos linguisticos, heranca vocabular, cunho medieval, recorte diacronico, Bluteau, glossario.","PeriodicalId":187194,"journal":{"name":"Perspectivas Online : Humanas e Sociais Aplicadas","volume":"298 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2016-12-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Perspectivas Online : Humanas e Sociais Aplicadas","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.25242/88766172016917","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
O Português medieval e o atual – Congelamento linguístico na Baixada Campista
O presente estudo busca investigar o modo pelo qual o educador pode interagir na desconstrucao dos preconceitos linguisticos, estimulando uma benefica provocacao a respeito das origens dos inumeros vocabulos no municipio de Campos dos Goytacazes(RJ), sobretudo na Baixada Campista. Percebe-se que nesta localidade ha uma intensa heranca vocabular de cunho medieval oriunda de diversos mecanismos que estao relacionados a fatores geograficos (consideravel isolamento espacial), ideologico (empecilho ao ensino regular) e historico(legado da colonizacao portuguesa). Dessa forma, para suporte da analise foi feito um recorte diacronico da lingua a fim de que houvesse um pleno entendimento da concretizacao linguistica de algumas variacoes recorrentes no mencionado local. Para tanto, houve um recuo ao passado para consultar o dicionario de Rafael Bluteau(seculo XVIII), obra inicial do processo de registro vocabular que colaborou na solidificacao da consciencia do portugues como lingua nacional. Retornamos ao presente para estabelecer comparacoes entre esses periodos. Apos examinar a citada obra lexicografica e compara-la com a linguagem da Baixada Campista, constatamos a presenca de um arcabouco lexical – pejorativamente cognominado de "campistes" – correlativo ao utilizado pela classe dominante no periodo medieval na Peninsula Iberica. Atraves dos resultados obtidos, foi elaborado um glossario levando em conta a mencionada analogia. Palavras-chave : preconceitos linguisticos, heranca vocabular, cunho medieval, recorte diacronico, Bluteau, glossario.