O LEITOR NAS OBRAS DE JAUSS E MANGUEL: TRAÇANDO PARALELOS COM A LEITURA DE AUTOBIOGRAFIA ESPIRITUAL, DE SIMONE WEIL

Este artigo propõe discussões acerca da Estética da Recepção e do papel fundamental do leitor enquanto agente principal na constituição de uma obra, a partir dos estudos de Jauss (2002) e Manguel (2017), que compreendem as obras A literatura e o leitor: textos de estética da recepção e O leitor como metáfora: o viajante, a torre e a traça, respectivamente. Paralelamente, as discussões se entrelaçam às análises do gênero carta, especificamente da carta Autobiografia Espiritual (1942), escrita por Simone Weil, contida em sua obra Espera de Deus (2019). As cartas fazem do leitor a principal figura de seus textos e nos conduzem a analisar o modo como o gênero contribui para discussões na literatura, por este motivo, alguns aspectos serão considerados e elencados neste estudo, tais como o leitor enquanto sujeito, a recepção da carta, o distanciamento estético entre a obra e o leitor, seu diacronismo e sincronismo, seus efeitos etc. Para embasar nosso debate, perspectivas de autores como Umberto Eco (2014), Gérard Langlade (2013), Stuart Hall (2006), entre outros, corroboram com o cerne de nossas questões.