LUGARES E POSIÇÕES ATRIBUÍDOS DISCURSIVAMENTE À ESCOLA, À DISCIPLINA LÍNGUA PORTUGUESA, AO PROFESSOR E AO ALUNO NO PROCESSO AVALIATIVO

Neste estudo, objetivamos investigar as imagens que são construídas discursivamente da escola, da disciplina Língua Portuguesa, do professor e do aluno na seção “avaliação” de planos de curso da disciplina Língua Portuguesa. Analisamos os lugares e as posições que são atribuídos aos sujeitos, bem como a referida disciplina nos respectivos documentos escolares. Os planos de curso foram selecionados de duas escolas municipais do Extremo Sul da Bahia, localizadas em Medeiros Neto e Nova Viçosa. Fundamentamos a pesquisa nos estudos de Pêcheux (2014) – condizentes aos mecanismos do funcionamento discursivo e às formações imaginárias –, Libâneo (1992) – referentes ao planejamento pedagógico – e de Antunes (2003) – concernentes à avaliação escolar. Como metodologia, utilizamos o método “paradigma indiciário” (GINZBURG, 1989). Primeiramente, descrevemos o conteúdo mobilizado na seção “avaliação” e, em seguida, examinamos o nível discursivo. Os discursos predominantes na tessitura do texto indicaram as seguintes imagens: a escola e a disciplina Língua Portuguesa como lugares de controlar o trabalho docente e o comportamento do aluno; o professor é o responsável pelo desempenho e fiscal da conduta do aluno; já o aluno é indisciplinado, submisso ao comando do professor e responsável pelo seu próprio rendimento. Esse conjunto de imagens sinalizou os resquícios da avaliação tradicional no planejamento, na qual são desconsideradas as singularidades dos sujeitos que compõem o contexto escolar.  Palavras-chave: Avaliação; Discurso; Ensino de Língua Portuguesa; Imagens.