{"title":"成为黑人:种族、身份和生物权力","authors":"Mario Santos Morel, Danichi Hausen Mizoguchi","doi":"10.5565/rev/qpsicologia.1758","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Neste trabalho realizamos um percurso genealógico da raça e do racismo por meio das pesquisas de Michel Foucault sobre o biopoder e a biopolítica e de Achille Mbembe sobre o nascimento do negro e da África no discurso europeu do século XVII. Partimos da tese de que a raça não é uma realidade biológica ou cultural, mas uma invenção política. O pensador camaronês evidencia que a condição negra foi matricial para o capitalismo se consolidar como sistema hegemônico e que, no contemporâneo, é a manutenção dessa condição que atualiza nossa colonização. Nesse sentido, gostaríamos de problematizar a raça através da história, explicitar seu uso necropolítico e sua dimensão subjetivante e desejante, a fim de avançar no debate sobre a questão que, a nosso ver, pode ajudar na construção de uma psicologia que se pretende antirracista: quais os modos possíveis de combate à colonização subjetiva?","PeriodicalId":308912,"journal":{"name":"Quaderns de Psicologia","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-01-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Tornar-se negro: raça, identidade e biopoder\",\"authors\":\"Mario Santos Morel, Danichi Hausen Mizoguchi\",\"doi\":\"10.5565/rev/qpsicologia.1758\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Neste trabalho realizamos um percurso genealógico da raça e do racismo por meio das pesquisas de Michel Foucault sobre o biopoder e a biopolítica e de Achille Mbembe sobre o nascimento do negro e da África no discurso europeu do século XVII. Partimos da tese de que a raça não é uma realidade biológica ou cultural, mas uma invenção política. O pensador camaronês evidencia que a condição negra foi matricial para o capitalismo se consolidar como sistema hegemônico e que, no contemporâneo, é a manutenção dessa condição que atualiza nossa colonização. Nesse sentido, gostaríamos de problematizar a raça através da história, explicitar seu uso necropolítico e sua dimensão subjetivante e desejante, a fim de avançar no debate sobre a questão que, a nosso ver, pode ajudar na construção de uma psicologia que se pretende antirracista: quais os modos possíveis de combate à colonização subjetiva?\",\"PeriodicalId\":308912,\"journal\":{\"name\":\"Quaderns de Psicologia\",\"volume\":\"1 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-01-25\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Quaderns de Psicologia\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.5565/rev/qpsicologia.1758\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Quaderns de Psicologia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5565/rev/qpsicologia.1758","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Neste trabalho realizamos um percurso genealógico da raça e do racismo por meio das pesquisas de Michel Foucault sobre o biopoder e a biopolítica e de Achille Mbembe sobre o nascimento do negro e da África no discurso europeu do século XVII. Partimos da tese de que a raça não é uma realidade biológica ou cultural, mas uma invenção política. O pensador camaronês evidencia que a condição negra foi matricial para o capitalismo se consolidar como sistema hegemônico e que, no contemporâneo, é a manutenção dessa condição que atualiza nossa colonização. Nesse sentido, gostaríamos de problematizar a raça através da história, explicitar seu uso necropolítico e sua dimensão subjetivante e desejante, a fim de avançar no debate sobre a questão que, a nosso ver, pode ajudar na construção de uma psicologia que se pretende antirracista: quais os modos possíveis de combate à colonização subjetiva?