{"title":"鸟女人,在拍打翅膀和行走之间:女人在口头叙述中的表现和转变","authors":"Sônia Regina Biscaia Veiga","doi":"10.21726/RCC.V10I1.791","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Muitas são as histórias desde os primeiros contos de fadas, mitos e lendas de que se tem conhecimento que trazem personagens femininas marcantes, mesmo que com grande frequência essa representação se mostre servil ao homem. O metamorfosear-se é também um elemento muito presente na tradição oral. Em distintas partes do globo, encontramos narrativas em que há a presença de uma transformação da mulher. Nesse caso, de mulher para pássaro, ou o inverso. Nos contos de fadas, podemos citar Corvo e O pássaro do bruxo Fichter, dos irmãos Grimm, História de uma mulher-pássaro e A órfã, ambas coletadas por Angela Carter, A moça-pomba, de Italo Calvino, As asas roubadas, recontado por Susana Ventura, entre tantas outras. No Brasil, temos Matinta Perera, mulher durante o dia e pássaro à noite. Nesse sentido, é interessante observar que o mesmo pássaro chamado no Brasil de matitaperê em espanhol se chama crespín, e é possível encontrar mais de um mito sobre sua origem. Neles, embora com narrativas diferentes, é sempre uma mulher que se transforma em pássaro. Assim, esta pesquisa objetiva perceber as relações mulher-pássaro, terra-céu, enraizamento-liberdade como aspectos significativos para a representatividade feminina. Busca-se ainda olhar para as mulheres que escreveram contos de fadas no passado, mas caíram no esquecimento, deixando equivocadamente Charles Perrault e os Grimm como gêneses desse gênero.","PeriodicalId":436286,"journal":{"name":"Revista Colombiana De Computacion \\/ Colombian Journal of Computation","volume":"27 6 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-03-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Mulheres-pássaro, entre o bater das asas e o caminhar: a representação e a transformação da mulher em narrativas orais\",\"authors\":\"Sônia Regina Biscaia Veiga\",\"doi\":\"10.21726/RCC.V10I1.791\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Muitas são as histórias desde os primeiros contos de fadas, mitos e lendas de que se tem conhecimento que trazem personagens femininas marcantes, mesmo que com grande frequência essa representação se mostre servil ao homem. O metamorfosear-se é também um elemento muito presente na tradição oral. Em distintas partes do globo, encontramos narrativas em que há a presença de uma transformação da mulher. Nesse caso, de mulher para pássaro, ou o inverso. Nos contos de fadas, podemos citar Corvo e O pássaro do bruxo Fichter, dos irmãos Grimm, História de uma mulher-pássaro e A órfã, ambas coletadas por Angela Carter, A moça-pomba, de Italo Calvino, As asas roubadas, recontado por Susana Ventura, entre tantas outras. No Brasil, temos Matinta Perera, mulher durante o dia e pássaro à noite. Nesse sentido, é interessante observar que o mesmo pássaro chamado no Brasil de matitaperê em espanhol se chama crespín, e é possível encontrar mais de um mito sobre sua origem. Neles, embora com narrativas diferentes, é sempre uma mulher que se transforma em pássaro. Assim, esta pesquisa objetiva perceber as relações mulher-pássaro, terra-céu, enraizamento-liberdade como aspectos significativos para a representatividade feminina. Busca-se ainda olhar para as mulheres que escreveram contos de fadas no passado, mas caíram no esquecimento, deixando equivocadamente Charles Perrault e os Grimm como gêneses desse gênero.\",\"PeriodicalId\":436286,\"journal\":{\"name\":\"Revista Colombiana De Computacion \\\\/ Colombian Journal of Computation\",\"volume\":\"27 6 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2021-03-30\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista Colombiana De Computacion \\\\/ Colombian Journal of Computation\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.21726/RCC.V10I1.791\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Colombiana De Computacion \\/ Colombian Journal of Computation","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.21726/RCC.V10I1.791","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Mulheres-pássaro, entre o bater das asas e o caminhar: a representação e a transformação da mulher em narrativas orais
Muitas são as histórias desde os primeiros contos de fadas, mitos e lendas de que se tem conhecimento que trazem personagens femininas marcantes, mesmo que com grande frequência essa representação se mostre servil ao homem. O metamorfosear-se é também um elemento muito presente na tradição oral. Em distintas partes do globo, encontramos narrativas em que há a presença de uma transformação da mulher. Nesse caso, de mulher para pássaro, ou o inverso. Nos contos de fadas, podemos citar Corvo e O pássaro do bruxo Fichter, dos irmãos Grimm, História de uma mulher-pássaro e A órfã, ambas coletadas por Angela Carter, A moça-pomba, de Italo Calvino, As asas roubadas, recontado por Susana Ventura, entre tantas outras. No Brasil, temos Matinta Perera, mulher durante o dia e pássaro à noite. Nesse sentido, é interessante observar que o mesmo pássaro chamado no Brasil de matitaperê em espanhol se chama crespín, e é possível encontrar mais de um mito sobre sua origem. Neles, embora com narrativas diferentes, é sempre uma mulher que se transforma em pássaro. Assim, esta pesquisa objetiva perceber as relações mulher-pássaro, terra-céu, enraizamento-liberdade como aspectos significativos para a representatividade feminina. Busca-se ainda olhar para as mulheres que escreveram contos de fadas no passado, mas caíram no esquecimento, deixando equivocadamente Charles Perrault e os Grimm como gêneses desse gênero.