Para quem ensinar? Por uma didática das lutas nas aulas de Educação Física

Visando contribuir com uma didática das Lutas, tratamos neste ensaio teórico propositivo da questão dos estudantes (para quem ensinar?). Nosso objetivo é apresentar ideias para analisar as percepções dos alunos sobre as Lutas e indicar estratégias de mobilização para o aprendizado desse conteúdo. Investigamos nossa própria prática numa escrita memorial a qual foi cotejada com uma pesquisa bibliográfica que nos permitiu analisar os contrastes das fontes e construir núcleos de sentido: a percepção dos alunos e as estratégias didáticas. Indícios sugerem que a percepção discente sobre as Lutas é permeada por representações midiáticas que ao não ser confrontada com outras experiências levam à associação com as brigas, medo de machucar e violência. No caso das meninas há ainda um ideário de masculinização e uma vigilância dos corpos. Para dirimir esses desafios dez estratégias de ensino são apresentadas para serem lidas, criticadas e reformuladas. O ensino de Lutas na Educação Física escolar atualmente é um cabo de guerra: numa ponta os currículos puxam para a obrigatoriedade do ensino e na outra os alunos tensionam para o não ensino; considerando que os professores serão decisivos nesse jogo de forças, mostramos indícios e estratégias para que ele possa tensionar para o lado do ensino do conteúdo Lutas.