Elizabete Serrão, Yohanna Gabriely Sousa Rabelo, Jerry Max Sanches Corrêa, D. Zacardi
{"title":"亚马逊两个洪水湖泊的渔业活动特征,santarem, para","authors":"Elizabete Serrão, Yohanna Gabriely Sousa Rabelo, Jerry Max Sanches Corrêa, D. Zacardi","doi":"10.22533/AT.ED.0201929071","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente trabalho busca avaliar e compreender a atividade pesqueira e o perfil socioeconômico dos pescadores atuantes nos Lagos Maicá e Juá, com a finalidade de compreender sua forma de vida e reunir subsídios críticos para ajustes nas ações de gerenciamento das políticas públicas do setor pesqueiro da região. A pesquisa foi desenvolvida em torno dos Lagos Maicá e Juá, localizados em Santarém Pará, onde tradicionalmente é também desenvolvida a atividade pesqueira local. A coleta de dados foi realizada por meio de abordagens direta aos pescadores atuantes nos lagos, mediante adesão voluntaria, onde 68 formulários semiestruturados foram aplicados. Os resultados mostraram que a atividade pesqueira é exercida na sua maioria pelos homens, com idade média de 49 anos e tempo médio de atuação de 34 anos na atividade, possuem apenas o ensino fundamental incompleto, renda mensal menor ou igual a um salário mínimo, sendo a maioria cadastrada na Colônia de Pescadores Z-20. Os resultados técnicos e operacionais revelam uma atividade pesqueira praticada por vários tipos de embarcações de madeira que variam de 4 a 12 m e possuem pouca autonomia, com a predominância de canoas motorizada.Uma pequena parcela do pescado capturado é direcionado apenas para subsistência e grande parte destinado à comercialização. A atividade pesqueira é geralmente praticada com o uso de um ou a combinação de vários apetrechos de pesca simples, explorando aproximadamente 34 categorias de pescado, com destaque para o uso da malhadeira e para captura de pacus ( Myleus spp., Mylossoma spp., Metynnis spp.), aracus (Leporinus spp. e Schizodon spp.), tambaqui (Colossoma macropomum), jaraquis (Semaprochilodus spp.) e tucunarés (Cichla sp.), por apresentarem maior disponibilidade no ambiente, valor de mercado e/ou pela preferência dos consumidores. A comercialização acontece principalmente com os peixes resfriados e “in natura”, geralmente em frente as casas, nas ruas (por cambadas), ou ainda, na beira dos lagos direto das embarcações, fazendo com que estes pescadores consigam alcançar melhores preços de venda. Quando questionados sobre o declínio dos estoques pesqueiros foram unânimes em responder que a pesca vem diminuindo e relacionaram este fato à pesca no período defeso e ao grande número de pescadores ilegais o que vem provocando a competição por espaço. E citaram como sugestões para melhorar a pesca, maior fiscalização por parte dos órgãos responsáveis, a retirada dos pescadores ilegais e o incentivo a criação (piscicultura). Deste modo, parece clara a necessidade de haver um compromisso coletivo e explícito entre usuários, gestores e outros grupos de interesse, resultando em uma forte identidade social para que se possa alcançar o uso sustentável dos recursos pesqueiros.","PeriodicalId":112088,"journal":{"name":"A Face Multidisciplinar das Ciências Agrárias 2","volume":"3 6 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-07-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"2","resultStr":"{\"title\":\"CARACTERIZAÇÃO DA ATIVIDADE PESQUEIRA EM DOIS LAGOS DE INUNDAÇÃO AMAZÔNICO, SANTARÉM, PARÁ\",\"authors\":\"Elizabete Serrão, Yohanna Gabriely Sousa Rabelo, Jerry Max Sanches Corrêa, D. Zacardi\",\"doi\":\"10.22533/AT.ED.0201929071\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O presente trabalho busca avaliar e compreender a atividade pesqueira e o perfil socioeconômico dos pescadores atuantes nos Lagos Maicá e Juá, com a finalidade de compreender sua forma de vida e reunir subsídios críticos para ajustes nas ações de gerenciamento das políticas públicas do setor pesqueiro da região. A pesquisa foi desenvolvida em torno dos Lagos Maicá e Juá, localizados em Santarém Pará, onde tradicionalmente é também desenvolvida a atividade pesqueira local. A coleta de dados foi realizada por meio de abordagens direta aos pescadores atuantes nos lagos, mediante adesão voluntaria, onde 68 formulários semiestruturados foram aplicados. Os resultados mostraram que a atividade pesqueira é exercida na sua maioria pelos homens, com idade média de 49 anos e tempo médio de atuação de 34 anos na atividade, possuem apenas o ensino fundamental incompleto, renda mensal menor ou igual a um salário mínimo, sendo a maioria cadastrada na Colônia de Pescadores Z-20. Os resultados técnicos e operacionais revelam uma atividade pesqueira praticada por vários tipos de embarcações de madeira que variam de 4 a 12 m e possuem pouca autonomia, com a predominância de canoas motorizada.Uma pequena parcela do pescado capturado é direcionado apenas para subsistência e grande parte destinado à comercialização. A atividade pesqueira é geralmente praticada com o uso de um ou a combinação de vários apetrechos de pesca simples, explorando aproximadamente 34 categorias de pescado, com destaque para o uso da malhadeira e para captura de pacus ( Myleus spp., Mylossoma spp., Metynnis spp.), aracus (Leporinus spp. e Schizodon spp.), tambaqui (Colossoma macropomum), jaraquis (Semaprochilodus spp.) e tucunarés (Cichla sp.), por apresentarem maior disponibilidade no ambiente, valor de mercado e/ou pela preferência dos consumidores. A comercialização acontece principalmente com os peixes resfriados e “in natura”, geralmente em frente as casas, nas ruas (por cambadas), ou ainda, na beira dos lagos direto das embarcações, fazendo com que estes pescadores consigam alcançar melhores preços de venda. Quando questionados sobre o declínio dos estoques pesqueiros foram unânimes em responder que a pesca vem diminuindo e relacionaram este fato à pesca no período defeso e ao grande número de pescadores ilegais o que vem provocando a competição por espaço. E citaram como sugestões para melhorar a pesca, maior fiscalização por parte dos órgãos responsáveis, a retirada dos pescadores ilegais e o incentivo a criação (piscicultura). Deste modo, parece clara a necessidade de haver um compromisso coletivo e explícito entre usuários, gestores e outros grupos de interesse, resultando em uma forte identidade social para que se possa alcançar o uso sustentável dos recursos pesqueiros.\",\"PeriodicalId\":112088,\"journal\":{\"name\":\"A Face Multidisciplinar das Ciências Agrárias 2\",\"volume\":\"3 6 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2019-07-29\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"2\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"A Face Multidisciplinar das Ciências Agrárias 2\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.22533/AT.ED.0201929071\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"A Face Multidisciplinar das Ciências Agrárias 2","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22533/AT.ED.0201929071","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
CARACTERIZAÇÃO DA ATIVIDADE PESQUEIRA EM DOIS LAGOS DE INUNDAÇÃO AMAZÔNICO, SANTARÉM, PARÁ
O presente trabalho busca avaliar e compreender a atividade pesqueira e o perfil socioeconômico dos pescadores atuantes nos Lagos Maicá e Juá, com a finalidade de compreender sua forma de vida e reunir subsídios críticos para ajustes nas ações de gerenciamento das políticas públicas do setor pesqueiro da região. A pesquisa foi desenvolvida em torno dos Lagos Maicá e Juá, localizados em Santarém Pará, onde tradicionalmente é também desenvolvida a atividade pesqueira local. A coleta de dados foi realizada por meio de abordagens direta aos pescadores atuantes nos lagos, mediante adesão voluntaria, onde 68 formulários semiestruturados foram aplicados. Os resultados mostraram que a atividade pesqueira é exercida na sua maioria pelos homens, com idade média de 49 anos e tempo médio de atuação de 34 anos na atividade, possuem apenas o ensino fundamental incompleto, renda mensal menor ou igual a um salário mínimo, sendo a maioria cadastrada na Colônia de Pescadores Z-20. Os resultados técnicos e operacionais revelam uma atividade pesqueira praticada por vários tipos de embarcações de madeira que variam de 4 a 12 m e possuem pouca autonomia, com a predominância de canoas motorizada.Uma pequena parcela do pescado capturado é direcionado apenas para subsistência e grande parte destinado à comercialização. A atividade pesqueira é geralmente praticada com o uso de um ou a combinação de vários apetrechos de pesca simples, explorando aproximadamente 34 categorias de pescado, com destaque para o uso da malhadeira e para captura de pacus ( Myleus spp., Mylossoma spp., Metynnis spp.), aracus (Leporinus spp. e Schizodon spp.), tambaqui (Colossoma macropomum), jaraquis (Semaprochilodus spp.) e tucunarés (Cichla sp.), por apresentarem maior disponibilidade no ambiente, valor de mercado e/ou pela preferência dos consumidores. A comercialização acontece principalmente com os peixes resfriados e “in natura”, geralmente em frente as casas, nas ruas (por cambadas), ou ainda, na beira dos lagos direto das embarcações, fazendo com que estes pescadores consigam alcançar melhores preços de venda. Quando questionados sobre o declínio dos estoques pesqueiros foram unânimes em responder que a pesca vem diminuindo e relacionaram este fato à pesca no período defeso e ao grande número de pescadores ilegais o que vem provocando a competição por espaço. E citaram como sugestões para melhorar a pesca, maior fiscalização por parte dos órgãos responsáveis, a retirada dos pescadores ilegais e o incentivo a criação (piscicultura). Deste modo, parece clara a necessidade de haver um compromisso coletivo e explícito entre usuários, gestores e outros grupos de interesse, resultando em uma forte identidade social para que se possa alcançar o uso sustentável dos recursos pesqueiros.