Maria Cecilia de Sousa Cunha, L. Monteiro, Melissa Nathalye Ramos e Gonçalves, Paulo Henrique Alves da Silva, Voney Fernando Mendes Malta, José Humberto Belmino Chaves, G. Neiva, G. Neiva
{"title":"2009 - 2019年巴西三级梅毒死亡率","authors":"Maria Cecilia de Sousa Cunha, L. Monteiro, Melissa Nathalye Ramos e Gonçalves, Paulo Henrique Alves da Silva, Voney Fernando Mendes Malta, José Humberto Belmino Chaves, G. Neiva, G. Neiva","doi":"10.5327/dst-2177-8264-202133p206","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: A sífilis, uma infecção sexualmente transmissível, é provocada pela bactéria Gram-negativa Treponema pallidum. O contato sexual desprotegido com pessoa contaminada, a mucosa, o sangue ou a saliva de pacientes infectados e a via transplacentária materno-fetal são vias de transmissão. A sífilis tardia ou terciária é o resultado final da história natural dessa doença, ocorrendo quando ela não é detectada e/ou tratada adequadamente. Ela é a fase mais grave da doença, podendo afetar múltiplos órgãos e resultar na neurossífilis e na sífilis cardiovascular. Objetivo: Avaliar o comportamento da mortalidade por sífilis terciária, segundo a etnia, entre 2009 e 2019, no Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo que relaciona a etnia ao óbito por sífilis terciária a partir da base de dados do TABNET/Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Os dados foram selecionados pelas seguintes categorias: período entre 2009-2019, capítulo da 10ª Classificação Internacional de Doenças “Algumas doenças infecciosas e parasitárias”, grupo da 10ª Classificação Internacional de Doenças “Infecção de transmissão predominantemente sexual”, categoria da 10ª Classificação Internacional de Doenças “A52”, cor/raça “todas as categorias”. Resultados: Houve um aumento nos óbitos por sífilis tardia de 2009 a 2019, de 17 para 60 (elevação de 253,0%). Analisando etnicamente, o número de casos em brancos foi de 8 para 27 (crescimento de 237,5%). Nos pretos, subiu de 2 para 10 (aumento de 400,0%). Nos pardos, houve incremento de 5 para 21 mortes (aumento de 320,0%). Na etnia amarela, foi retratado um caso isolado em 2013. Em valores absolutos, os pretos demonstraram maior aumento do número de casos, seguidos pelos pardos e brancos, cujo número de casos também aumentou consideravelmente. Conclusão: Os resultados mostram a necessidade de maior acesso à informação e aos serviços de saúde, principalmente em comunidades de baixa renda, para que haja um aumento de sua notificação e, consequentemente, uma diminuição do número de óbitos.","PeriodicalId":350000,"journal":{"name":"Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Mortalidade por sifilis terciária no Brasil, 2009–2019\",\"authors\":\"Maria Cecilia de Sousa Cunha, L. Monteiro, Melissa Nathalye Ramos e Gonçalves, Paulo Henrique Alves da Silva, Voney Fernando Mendes Malta, José Humberto Belmino Chaves, G. Neiva, G. 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Mortalidade por sifilis terciária no Brasil, 2009–2019
Introdução: A sífilis, uma infecção sexualmente transmissível, é provocada pela bactéria Gram-negativa Treponema pallidum. O contato sexual desprotegido com pessoa contaminada, a mucosa, o sangue ou a saliva de pacientes infectados e a via transplacentária materno-fetal são vias de transmissão. A sífilis tardia ou terciária é o resultado final da história natural dessa doença, ocorrendo quando ela não é detectada e/ou tratada adequadamente. Ela é a fase mais grave da doença, podendo afetar múltiplos órgãos e resultar na neurossífilis e na sífilis cardiovascular. Objetivo: Avaliar o comportamento da mortalidade por sífilis terciária, segundo a etnia, entre 2009 e 2019, no Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo que relaciona a etnia ao óbito por sífilis terciária a partir da base de dados do TABNET/Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Os dados foram selecionados pelas seguintes categorias: período entre 2009-2019, capítulo da 10ª Classificação Internacional de Doenças “Algumas doenças infecciosas e parasitárias”, grupo da 10ª Classificação Internacional de Doenças “Infecção de transmissão predominantemente sexual”, categoria da 10ª Classificação Internacional de Doenças “A52”, cor/raça “todas as categorias”. Resultados: Houve um aumento nos óbitos por sífilis tardia de 2009 a 2019, de 17 para 60 (elevação de 253,0%). Analisando etnicamente, o número de casos em brancos foi de 8 para 27 (crescimento de 237,5%). Nos pretos, subiu de 2 para 10 (aumento de 400,0%). Nos pardos, houve incremento de 5 para 21 mortes (aumento de 320,0%). Na etnia amarela, foi retratado um caso isolado em 2013. Em valores absolutos, os pretos demonstraram maior aumento do número de casos, seguidos pelos pardos e brancos, cujo número de casos também aumentou consideravelmente. Conclusão: Os resultados mostram a necessidade de maior acesso à informação e aos serviços de saúde, principalmente em comunidades de baixa renda, para que haja um aumento de sua notificação e, consequentemente, uma diminuição do número de óbitos.