{"title":"O missal romano da Typographia Regia e suas gravuras:","authors":"Camila Fernanda Guimarães Santiago","doi":"10.26512/HH.V6I11.11005","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A historiografia da arte relativa à capitania das Minas Gerais, desde a década de 1930, aponta a relevância especial dos missais portugueses, editados pela Impressão Régia, como fontes de modelos gravados para os pintores. O presente artigo objetiva reacender esse debate, deslocando-o do tradicional eixo interpretativo iconográfico e formal, ou seja, não enfatiza a análise das apropriações das gravuras portuguesas pelos pintores mineiros. Objetiva, diferentemente, compreender o processo de produção desses modelos em Lisboa tendo em vista as políticas econômicas adotadas em Portugal, na segunda metade do século XVIII, com vistas a favorecer e proteger a incipiente industrialização lusitana, substituindo importações. O enfoque recai sobre o estudo da produção dos livros e suas estampas, as concessões de privilégios de impressão aos lusitanos e a proibição de importação de missais estrangeiros, medidas tomadas desde a década de 1760. Conclui-se que essas investidas protecionistas tiveram como consequência o predomínio desses livros no mercado de missais na capitania das Minas, o que interferiu, por sua vez, no universo de insinuações artísticas europeias ali disponíveis, uma vez que suas estampas apresentavam pendores classicizantes, de origem italiana.","PeriodicalId":239317,"journal":{"name":"História, histórias","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-07-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"História, histórias","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.26512/HH.V6I11.11005","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
O missal romano da Typographia Regia e suas gravuras:
A historiografia da arte relativa à capitania das Minas Gerais, desde a década de 1930, aponta a relevância especial dos missais portugueses, editados pela Impressão Régia, como fontes de modelos gravados para os pintores. O presente artigo objetiva reacender esse debate, deslocando-o do tradicional eixo interpretativo iconográfico e formal, ou seja, não enfatiza a análise das apropriações das gravuras portuguesas pelos pintores mineiros. Objetiva, diferentemente, compreender o processo de produção desses modelos em Lisboa tendo em vista as políticas econômicas adotadas em Portugal, na segunda metade do século XVIII, com vistas a favorecer e proteger a incipiente industrialização lusitana, substituindo importações. O enfoque recai sobre o estudo da produção dos livros e suas estampas, as concessões de privilégios de impressão aos lusitanos e a proibição de importação de missais estrangeiros, medidas tomadas desde a década de 1760. Conclui-se que essas investidas protecionistas tiveram como consequência o predomínio desses livros no mercado de missais na capitania das Minas, o que interferiu, por sua vez, no universo de insinuações artísticas europeias ali disponíveis, uma vez que suas estampas apresentavam pendores classicizantes, de origem italiana.