P. Marinho, Cláudia Ricoy, L. Arantes, Eliude Gomes
{"title":"纸上合成大麻素","authors":"P. Marinho, Cláudia Ricoy, L. Arantes, Eliude Gomes","doi":"10.51147/rcml057.2021","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Canabinoides sintéticos, ou agonistas sintéticos de receptores canabinoides, são moléculas produzidas em laboratórios com capacidade de se ligarem aos receptores endógenos do tipo CB1, no sistema nervoso central, e CB2, nas células do sistema imune, geralmente com maior intensidade do que os fitocanabinoides. Nos últimos anos, países na Europa e os EUA têm relatado vários casos de intoxicação e morte pelo uso abusivo destes compostos. Entre os efeitos provocados pelo uso destes compostos podemos citar: agitação, psicoses, irritabilidade, convulsões, sedação, delírios, alucinação, paranoia, hipertensão, taquicardia, midríase, infarto e, eventualmente, óbito. A concentração destes canabinoides em papéis pode variar de 0,05 a 1,17 mg/cm2, sendo o consumo feito pela via pulmonar (inalado) e, principalmente, em ambientes prisionais. No Brasil, laboratórios de química forense das unidades periciais estaduais, e também da Polícia Federal, já identificaram alguns destes compostos em ervas ou papéis. Em 2021 houve um aumento significativo na identificação de canabinoides sintéticos em papéis nos estados de MG e DF, com destaque para as substâncias MDMB-4en-PINACA, 5FMDMB-PICA, 5-CLORO-MDMB-PICA, 5F-PB-22, CBL-2201, ADB -BUTINACA, as quais foram identificadas em papéis, como mostrado nas imagens acima. Diante da carência de testes colorimétricos para triagem destas drogas, as técnicas analíticas por cromatografia gasosa e cromatografia líquida acopladas à espectrometria de massas, bem como a espectrometria no infravermelho com reflexão total atenuada, se tornam importantes ferramentas analíticas para detecção desses compostos. Desta forma, os laboratórios de química forense devem possuir metodologias adequadas para identificação destas drogas, tendo em vista o aumento das apreensões no território nacional","PeriodicalId":184198,"journal":{"name":"Revista Criminalistica e Medicina Legal","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":"{\"title\":\"Canabinoides sintéticos em papéis\",\"authors\":\"P. Marinho, Cláudia Ricoy, L. Arantes, Eliude Gomes\",\"doi\":\"10.51147/rcml057.2021\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Canabinoides sintéticos, ou agonistas sintéticos de receptores canabinoides, são moléculas produzidas em laboratórios com capacidade de se ligarem aos receptores endógenos do tipo CB1, no sistema nervoso central, e CB2, nas células do sistema imune, geralmente com maior intensidade do que os fitocanabinoides. Nos últimos anos, países na Europa e os EUA têm relatado vários casos de intoxicação e morte pelo uso abusivo destes compostos. Entre os efeitos provocados pelo uso destes compostos podemos citar: agitação, psicoses, irritabilidade, convulsões, sedação, delírios, alucinação, paranoia, hipertensão, taquicardia, midríase, infarto e, eventualmente, óbito. A concentração destes canabinoides em papéis pode variar de 0,05 a 1,17 mg/cm2, sendo o consumo feito pela via pulmonar (inalado) e, principalmente, em ambientes prisionais. No Brasil, laboratórios de química forense das unidades periciais estaduais, e também da Polícia Federal, já identificaram alguns destes compostos em ervas ou papéis. Em 2021 houve um aumento significativo na identificação de canabinoides sintéticos em papéis nos estados de MG e DF, com destaque para as substâncias MDMB-4en-PINACA, 5FMDMB-PICA, 5-CLORO-MDMB-PICA, 5F-PB-22, CBL-2201, ADB -BUTINACA, as quais foram identificadas em papéis, como mostrado nas imagens acima. Diante da carência de testes colorimétricos para triagem destas drogas, as técnicas analíticas por cromatografia gasosa e cromatografia líquida acopladas à espectrometria de massas, bem como a espectrometria no infravermelho com reflexão total atenuada, se tornam importantes ferramentas analíticas para detecção desses compostos. Desta forma, os laboratórios de química forense devem possuir metodologias adequadas para identificação destas drogas, tendo em vista o aumento das apreensões no território nacional\",\"PeriodicalId\":184198,\"journal\":{\"name\":\"Revista Criminalistica e Medicina Legal\",\"volume\":\"1 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"1900-01-01\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"1\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista Criminalistica e Medicina Legal\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.51147/rcml057.2021\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Criminalistica e Medicina Legal","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51147/rcml057.2021","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Canabinoides sintéticos, ou agonistas sintéticos de receptores canabinoides, são moléculas produzidas em laboratórios com capacidade de se ligarem aos receptores endógenos do tipo CB1, no sistema nervoso central, e CB2, nas células do sistema imune, geralmente com maior intensidade do que os fitocanabinoides. Nos últimos anos, países na Europa e os EUA têm relatado vários casos de intoxicação e morte pelo uso abusivo destes compostos. Entre os efeitos provocados pelo uso destes compostos podemos citar: agitação, psicoses, irritabilidade, convulsões, sedação, delírios, alucinação, paranoia, hipertensão, taquicardia, midríase, infarto e, eventualmente, óbito. A concentração destes canabinoides em papéis pode variar de 0,05 a 1,17 mg/cm2, sendo o consumo feito pela via pulmonar (inalado) e, principalmente, em ambientes prisionais. No Brasil, laboratórios de química forense das unidades periciais estaduais, e também da Polícia Federal, já identificaram alguns destes compostos em ervas ou papéis. Em 2021 houve um aumento significativo na identificação de canabinoides sintéticos em papéis nos estados de MG e DF, com destaque para as substâncias MDMB-4en-PINACA, 5FMDMB-PICA, 5-CLORO-MDMB-PICA, 5F-PB-22, CBL-2201, ADB -BUTINACA, as quais foram identificadas em papéis, como mostrado nas imagens acima. Diante da carência de testes colorimétricos para triagem destas drogas, as técnicas analíticas por cromatografia gasosa e cromatografia líquida acopladas à espectrometria de massas, bem como a espectrometria no infravermelho com reflexão total atenuada, se tornam importantes ferramentas analíticas para detecção desses compostos. Desta forma, os laboratórios de química forense devem possuir metodologias adequadas para identificação destas drogas, tendo em vista o aumento das apreensões no território nacional