A Boca do Lixo

Este artigo analisa o processo de formação da Boca Lixo a partir da contraposição entre o relato autobiográfico de um de seus malandros e as construções discursivas da imprensa policial paulistana sobre o cotidiano do local. Para tal tarefa, utilizamos alguns conceitos da obra de Foucault (2013; 2014) , heterotopia e escrita de si, em articulação com a leitura benjaminiana dos tipos humanos da metrópole moderna (Benjamin, 1989), perspectivando o relato de Hiroito de Moraes Joanides — malandro que viveu no local e que escreveu, em 1977, uma autobiografia rica em detalhes sobre a região — como outra forma de contar a história do local. Uma versão a contrapelo sobre os acontecimentos e o cotidiano da Boca do Lixo.