D. Paiva, A. M. Ramos, I. Costa, Sérgio Beltrão de Andrade Lima, Ana Paula Viana Reis
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Resultados: Foi observado um aumento gradativo da incidência de sífilis materna e de sífilis congênita em todas as faixas etárias maternas, inclusive em gestantes adolescentes, com um crescimento de número de casos notificados nesse grupo de 2010 a 2018 em 719% e 446%, respectivamente, apresentando uma pequena redução em 2019. Nos 10 anos do estudo foram registrados 332.860 casos de sífilis em gestantes e 175.381 casos de sífilis congênita, dos quais 87.602 (26,3%) e 42.171 (24,0%) foram em adolescentes, de modo respectivo, mantendo essa proporção com poucas variações no decorrer do estudo. Entre as adolescentes, houve um predomínio da faixa etária materna de 15 a 19 anos, em relação a 10 a 14 anos, tanto na sífilis em adolescentes (95,1% versus 4,91%) quanto na sífilis congênita (96,0% versus 4%). Conclusão: A sífilis materna e a sífilis congênita apresentaram um aumento de sua incidência nos últimos 10 anos, inclusive nas gestantes adolescentes. Este estudo corrobora a importância de ações educativas e políticas públicas que ajudem a prevenir gestações indesejadas e infecções sexualmente transmissíveis e que favoreçam a adesão das gestantes ao pré-natal, bem como ao diagnóstico e tratamento de sífilis na assistência materna, especialmente nas adolescentes.","PeriodicalId":350000,"journal":{"name":"Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis","volume":"4 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Sífilis materna e congênita de gestantes adolescentes\",\"authors\":\"D. Paiva, A. M. Ramos, I. 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Sífilis materna e congênita de gestantes adolescentes
Introdução: A adolescência, idade considerada pela Organização Mundial da Saúde entre 10 e 19 anos, é uma fase de várias mudanças hormonais, físicas, psicológicas e comportamentais. O início da vida sexual ativa sem proteção pode favorecer a gestação indesejada e à infecções sexualmente transmissíveis, especialmente a sífilis. Objetivo: Estimar a incidência de sífilis materna e congênita de gestantes adolescentes. Métodos: Estudo descritivo, retrospectivo e transversal com análise de dados coletados do Sistema de Informações em Saúde (TABNET) do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde sobre sífilis materna e congênita de gestantes adolescentes no Brasil no período de 2010 a 2019. Resultados: Foi observado um aumento gradativo da incidência de sífilis materna e de sífilis congênita em todas as faixas etárias maternas, inclusive em gestantes adolescentes, com um crescimento de número de casos notificados nesse grupo de 2010 a 2018 em 719% e 446%, respectivamente, apresentando uma pequena redução em 2019. Nos 10 anos do estudo foram registrados 332.860 casos de sífilis em gestantes e 175.381 casos de sífilis congênita, dos quais 87.602 (26,3%) e 42.171 (24,0%) foram em adolescentes, de modo respectivo, mantendo essa proporção com poucas variações no decorrer do estudo. Entre as adolescentes, houve um predomínio da faixa etária materna de 15 a 19 anos, em relação a 10 a 14 anos, tanto na sífilis em adolescentes (95,1% versus 4,91%) quanto na sífilis congênita (96,0% versus 4%). Conclusão: A sífilis materna e a sífilis congênita apresentaram um aumento de sua incidência nos últimos 10 anos, inclusive nas gestantes adolescentes. Este estudo corrobora a importância de ações educativas e políticas públicas que ajudem a prevenir gestações indesejadas e infecções sexualmente transmissíveis e que favoreçam a adesão das gestantes ao pré-natal, bem como ao diagnóstico e tratamento de sífilis na assistência materna, especialmente nas adolescentes.