{"title":"阿莫拉山脉II:童年的碎片Guarani- kaiowa","authors":"Bárbara Soeiro","doi":"10.35499/tl.v16i1.14041","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Cordilheira de amora II é um documentário/curta-metragem produzido pela cineasta Jamille Fortunato, no ano de 2015. Gravado na aldeia Amambai, no Mato Grosso do Sul, o curta acompanha a garotinha Guarani Kaiowá Cariane Martins, de nove anos de idade. Em meio às ruínas de tijolos, barro seco, madeira velha e eletrodomésticos abandonados, Cariane cria a sua realidade imaginária. A partir de objetos descartáveis — detritos da existência adulta — faz do seu quintal um experimento do mundo. Tomando como ponto de partida a narrativa e a voz da criança, interessa-nos neste artigo debruçarmo-nos sobre o saber infantil simultaneamente associado ao saber indígena, ambos saberes tidos como “menores” frente a um sistema-mundo moderno que privilegia o conhecimento europeu — e, evidentemente, o conhecimento adulto —, alçando-o ao falso patamar de conhecimento universal, pretensamente capaz de abarcar toda a história e subjetividade dos povos. A fantasia aparece aqui não mais como antítese da objetividade, racionalidade, exatidão; surge, antes, como vetor potencial do que chamamos uma “poética infantil-indígena”, combativa, em sua própria singularidade, na resposta contra as amarras de uma “colonização da imaginação”. \nPalavras-chave: Cordilheira de amora II; Guarani Kaiowá; Poética infantil-indígena","PeriodicalId":319014,"journal":{"name":"Tabuleiro de Letras","volume":"55 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-06-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Cordilheira de amora II: detritos de infância Guarani-Kaiowá\",\"authors\":\"Bárbara Soeiro\",\"doi\":\"10.35499/tl.v16i1.14041\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Cordilheira de amora II é um documentário/curta-metragem produzido pela cineasta Jamille Fortunato, no ano de 2015. Gravado na aldeia Amambai, no Mato Grosso do Sul, o curta acompanha a garotinha Guarani Kaiowá Cariane Martins, de nove anos de idade. Em meio às ruínas de tijolos, barro seco, madeira velha e eletrodomésticos abandonados, Cariane cria a sua realidade imaginária. A partir de objetos descartáveis — detritos da existência adulta — faz do seu quintal um experimento do mundo. Tomando como ponto de partida a narrativa e a voz da criança, interessa-nos neste artigo debruçarmo-nos sobre o saber infantil simultaneamente associado ao saber indígena, ambos saberes tidos como “menores” frente a um sistema-mundo moderno que privilegia o conhecimento europeu — e, evidentemente, o conhecimento adulto —, alçando-o ao falso patamar de conhecimento universal, pretensamente capaz de abarcar toda a história e subjetividade dos povos. A fantasia aparece aqui não mais como antítese da objetividade, racionalidade, exatidão; surge, antes, como vetor potencial do que chamamos uma “poética infantil-indígena”, combativa, em sua própria singularidade, na resposta contra as amarras de uma “colonização da imaginação”. \\nPalavras-chave: Cordilheira de amora II; Guarani Kaiowá; Poética infantil-indígena\",\"PeriodicalId\":319014,\"journal\":{\"name\":\"Tabuleiro de Letras\",\"volume\":\"55 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-06-23\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Tabuleiro de Letras\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.35499/tl.v16i1.14041\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Tabuleiro de Letras","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.35499/tl.v16i1.14041","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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摘要
科迪勒拉·德·阿莫拉二世(Cordilheira de amora II)是一部纪录片/短片,由导演贾米尔·福尔图纳托(Jamille Fortunato)于2015年制作。这部短片拍摄于南马托格罗索州的Amambai村,讲述了9岁的瓜拉尼女孩kaiowa Cariane Martins的故事。在砖、干粘土、旧木头和废弃电器的废墟中,Cariane创造了她想象中的现实。用一次性物品——成人生活的碎片——让你的后院成为世界的实验。叙事作为起点,这和孩子的声音,同时我们在本文中我们对孩子知道它与印度都知道视为“未成年人”的现代生物物理概念知识—欧洲,当然,成年人—,他要普遍提升的知识,所谓的能够理解历史和人民的主体性。幻想在这里不再是客观性、理性和准确性的对立面;相反,它作为一种潜在的媒介出现,我们称之为“土著儿童诗学”,在它自己的独特性中,在对“想象力殖民”的束缚的反应中,它是好斗的。关键词:黑莓山脉II;瓜拉尼。盖;儿童诗歌和印度
Cordilheira de amora II: detritos de infância Guarani-Kaiowá
Cordilheira de amora II é um documentário/curta-metragem produzido pela cineasta Jamille Fortunato, no ano de 2015. Gravado na aldeia Amambai, no Mato Grosso do Sul, o curta acompanha a garotinha Guarani Kaiowá Cariane Martins, de nove anos de idade. Em meio às ruínas de tijolos, barro seco, madeira velha e eletrodomésticos abandonados, Cariane cria a sua realidade imaginária. A partir de objetos descartáveis — detritos da existência adulta — faz do seu quintal um experimento do mundo. Tomando como ponto de partida a narrativa e a voz da criança, interessa-nos neste artigo debruçarmo-nos sobre o saber infantil simultaneamente associado ao saber indígena, ambos saberes tidos como “menores” frente a um sistema-mundo moderno que privilegia o conhecimento europeu — e, evidentemente, o conhecimento adulto —, alçando-o ao falso patamar de conhecimento universal, pretensamente capaz de abarcar toda a história e subjetividade dos povos. A fantasia aparece aqui não mais como antítese da objetividade, racionalidade, exatidão; surge, antes, como vetor potencial do que chamamos uma “poética infantil-indígena”, combativa, em sua própria singularidade, na resposta contra as amarras de uma “colonização da imaginação”.
Palavras-chave: Cordilheira de amora II; Guarani Kaiowá; Poética infantil-indígena